A Coreia do Norte simulou na quarta-feira o "lançamento de um míssil de cruzeiro estratégico" no mar Amarelo, para demonstrar o desempenho do seu "dissuasor nuclear", adiantou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

"Uma subunidade capaz das unidades de mísseis combinadas do Exército Popular Coreano na região ocidental simulou o lançamento de um míssil de cruzeiro estratégico" na presença do líder norte-coreano Kim Jong Un, referiu a agência.

O exercício tinha como objetivo alertar os inimigos da Coreia do Norte sobre "a capacidade de contra-ataque de Pyongyang em qualquer espaço" e "a prontidão dos seus vários ativos operacionais nucleares", frisou ainda.

No exercício, Kim disse que era da responsabilidade das forças armadas nucleares da Coreia do Norte "defender a soberania e a segurança nacionais".

"Uma poderosa capacidade de ataque", sublinhou, constitui "a mais perfeita dissuasão e defesa", segundo a KCNA.

Imagens transmitidas pelos meios de comunicação estatais norte-coreanos mostraram Kim, ladeado pelas autoridades, a carregar binóculos e a observar um ataque de míssil a destruir um pequeno edifício numa ilha próxima.

KCNA

As autoridades norte-coreanas acusaram na semana passada os Estados Unidos de exercerem "pressão absurda" sobre a Coreia do Norte e advertiram que a presença militar estrangeira na região pode conduzir a situações graves.

O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio e os ministros dos Negócios Estrangeiros japonês e sul-coreano, Takeshi Iwaya e Cho Tae Yol, respetivamente, emitiram uma declaração conjunta após conversações na cidade alemã de Munique, defendendo a continuação dos exercícios militares trilaterais na região.

Os três países reiteraram o apoio a Taiwan (República da China) e aprovaram também a presença de organizações internacionais na região.

Pyongyang justifica programa nuclear como defesa contra ameaças externas

Para Pyongyang, os Estados Unidos têm "intenções sinistras" por trás de uma pressão política e militar "extrema sobre a Coreia do Norte".

Segundo o mesmo documento emitido por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang, o secretário de Estado norte-americano foi conivente com as autoridades diplomáticas do Japão e da Coreia do Sul, com quem falou sobre a desnuclearização completa da Coreia do Norte.

"Manifestamos a nossa preocupação sobre estes atos dos Estados Unidos, do Japão e da Coreia do Sul, que incitam à confrontação e ao conflito na península coreana", disse o regime norte-coreano.

A Coreia do Norte justifica o seu programa de armas nucleares pelas ameaças que diz enfrentar por parte dos Estados Unidos e dos seus aliados, incluindo a Coreia do Sul.

O presidente norte-americano Donald Trump que teve uma rara série de encontros com Kim Jong Un durante o seu primeiro mandato, disse numa entrevista que iria voltar a contactar o líder norte-coreano, a quem chamou de "tipo inteligente".