O Chega denunciou, numa acção decorrida ontem, aquilo que considera ser "um caso flagrante de desrespeito e falta de vontade política" relacionada com a situação laboral de 21 bombeiros voluntários, que se encontram destacados há anos nos Bombeiros Municipais de Machico. Apesar deste destacamento, continuam como assistentes operacionais.

Francisco Gomes, deputado eleito à Assembleia da República, afirmou que este destacamento configura uma dupla penalização. A nível salarial, apontou perdas mensais na ordem dos 400 euros. Por outro lado, o seguro profissional que se aplica ao assistente operacional não prevê uma série de funções de risco desempenhadas pelos bombeiros. "Isto significa que, em caso de acidente grave em serviço, os bombeiros podem ficar sem qualquer tipo de apoio ou compensação", explicou o parlamentar.

Francisco Gomes disse ser "inadmissível que homens que arriscam a vida todos os dias sejam tratados como pessoal indiferenciado, ganhem menos 400 euros por mês e ainda fiquem com seguros insuficiente e inadequados, que podem deixá-los desprotegidos em caso de acidente".

Apesar do trabalho feito ao longo dos anos, o deputado assumiu que a Câmara Municipal de Machico recusa-se a reconhecer a sua mobilidade funcional, impedindo a sua valorização como bombeiros sapadores.

A Câmara de Machico mostra um egoísmo inaceitável, desrespeita a lei e trai o princípio mais básico de justiça, que é tratar por igual aquilo que é igual e pagar e proteger quem põe a própria vida em risco para salvar a vida e o património dos outros. Francisco Gomes

Além disso, Francisco Gomes recordou que houve bombeiros em situações semelhantes tanto em Santa Cruz como no Funchal, mas que em ambos os casos, os processos correram de forma a que estes casos fossem resolvidos "de forma pacífica". Por isso, aponta que o caso dos bombeiros de Machico não é resolvido por "falta de vontade da autarquia em respeitar os seus próprios profissionais".

O deputado exigiu que o município corrija imediatamente esta situação e "reconheça formalmente os 21 operacionais como bombeiros sapadores, com todos os direitos, deveres, vencimentos e protecções associados à função". Caso a Câmara persista na sua posição, o partido disse que vai apoiar todas as iniciativas legais e institucionais que visem garantir justiça a estes profissionais.

“Não descansaremos enquanto esta injustiça não for corrigida. Quem defende a Madeira não pode ficar calado quando os nossos bombeiros são humilhados por pura má-fé, fata de vontade e negligência política", terminou Francisco Gomes.