De acordo com a autoridade policial, as buscam foram planeadas e executadas na Operação Calábria, elaborada em colaboração com a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), para instruir um inquérito policial baseado numa denúncia enviada pela Guardia di Finanza, órgão especial de polícia da Itália.
O relato das autoridades italianas, citados na investigação, apontaram movimentações financeiras suspeitas entre a Itália e o Brasil, envolvendo italianos supostamente ligados a uma das maiores organizações criminosas do mundo, com origem no país europeu, e que não foi nomeada pelas autoridades locais.
"As investigações revelaram um esquema de abertura e administração de empresas fantasmas por contadores e advogados. Muitas dessas empresas estavam registadas em endereços únicos ou fictícios, e foram utilizadas para transferir recursos ilícitos vindos da Europa", informou a polícia brasileira num comunicado.
A autoridade policial acrescentou que os suspeitos branqueavam dinheiro no Brasil, especialmente no Ceará, e agiam também para viabilizar a obtenção de vistos de investidor e cidadania brasileira para os estrangeiros envolvidos.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Polícia Federal cumpriu ordens judiciais de suspensão de atividades de empresas envolvidas no caso e a suspensão do visto de investidor dos estrangeiros investigados.
Os suspeitos citados na Operação Calábria são investigados por branqueamento de capitais, falsificação de documentos, crimes financeiros e contra a ordem tributária, cujas penas podem somar até 30 anos de prisão.
A autoridade policial brasileira informou ainda que o material apreendido hoje será analisado para aprofundar as investigações e desarticular completamente a alegada organização criminosa que atuaria na região nordeste do país.
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