A capital ucraniana, Kiev, foi alvo de um ataque de grande escala promovido por forças russas durante a madrugada, com o lançamento de 18 mísseis e aproximadamente 400 drones, segundo informou o presidente Volodymyr Zelensky. O ataque resultou na morte de duas pessoas e deixou pelo menos 16 feridos.

De acordo com fontes citadas pela BBC, destroços de drones atingiram o telhado de um edifício residencial na zona central de Shevchenkivskyi, enquanto diversos focos de incêndio foram registrados em outras áreas da cidade. Este novo bombardeio ocorreu na sequência do que as autoridades ucranianas classificam como a ofensiva aérea mais intensa desde o início da guerra, realizada na noite de terça-feira, quando 728 drones e 13 mísseis atingiram diferentes regiões do país.

Nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, a polícia confirmou que oito distritos da capital foram afetados pelos bombardeios. “Há edifícios residenciais, armazéns, veículos e estruturas não habitacionais em chamas”, reportou Tymur Tkachenko, chefe da administração local, via Telegram.

O Ministro do Interior, Ihor Klymenko, comunicou que entre os mortos estão uma mulher de 68 anos e um jovem policial de 22, ambos atingidos numa estação de metro. Já no distrito de Podilsky, um centro de saúde primário foi praticamente destruído, segundo o prefeito Vitaliy Klitschko. Os moradores foram orientados para permanecer em abrigos até que o alerta aéreo fosse suspenso. As autoridades também recomendaram que as janelas fossem mantidas fechadas devido à grande quantidade de fumo na cidade.
A Força Aérea da Ucrânia alertou para possíveis ataques noutras regiões do país, embora ainda não haja confirmação de vítimas fora de Kiev. Até o momento, o governo russo não se pronunciou sobre a ofensiva.

Zelensky insiste nas sanções

Na sequência do ataque noturno, Volodimir Zelenskyreagiu através das redes sociais, afirmando que se trata do agravamento do terror por parte da Rússia. "As sanções devem ser impostas rapidamente e a pressão sobre a Rússia deve ser suficientemente forte para que sinta realmente as consequências do terror [que provoca]", acrescentou o chefe de Estado da Ucrânia.

Com o recrudescimento dos ataques russos à Ucrânia e o impasse nas negociações diplomáticas, está previsto para hoje um encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, à margem da reunião de ministros da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), que decorre em Kuala Lumpur, Malásia. Na segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou planos para ampliar o envio de armamento à Ucrânia,com destaque para sistemas de defesa, e voltou a criticar Vladimir Putin, acusando-o de “propagar absurdos” sobre o conflito.
Ainda nesta quinta-feira, uma videoconferência sobre a situação ucraniana deverá reunir figuras centrais do panorama europeu. Participam da conversa o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, o presidente francês, Emmanuel Macron, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o chanceler alemão, Friedrich Merz.