Indiferença para com os problemas e o sofrimento de quem está ao nosso lado, deslaçamento social, falta de comunicação, violência gratuita. São sintomas de uma sociedade cada vez menos solidária, uma realidade que traz preocupação sobretudo numa altura em que a saúde mental e a pobreza se espalham. "Como membros da sociedade, podemos e devemos fazer parte da solução", defende D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

Em entrevista à Renascença, o responsável lembra o valor da solidariedade e a importância que a mais pequena ajuda pode ter na vida das pessoas mais frágeis e alerta para o papel das Cáritas Diocesianas na construção de respostas sociais, apenas possível graças à solidariedade dos portugueses. A quem a organização insta a "refletir e agir em prol das famílias em situação de vulnerabilidade", participando nas ações, envolvendo-se nos debates e contribuindo para a recolha que preencherão a Semana Nacional da Cáritas, que arranca dia 16. Nos últimos anos, a Cáritas de Lisboa distribuiu mais de 2 milhões de euros em ajudas diretas.

"A exclusão social, a qualidade de vida dos idosos, as dependências e os desafios enfrentados pelos jovens, o acolhimento e inclusão de migrantes e a urgência da paz e justiça global são temas atuais e importantes para estudar, debater e refletir. Durante esta semana, de 16 a 23 de março, serão realizadas tertúlias, conferências, ações de sensibilização e atividades de voluntariado, envolvendo a comunidade e instituições locais", vincam a Cáritas de Lisboa e a Vigararia da Amadora, que promovem a iniciativa no contexto do Jubileu da Esperança, promovendo o cuidado, a inclusão e a justiça social. E que terá ainda um olhar especial sobre a inclusão de pessoas com deficiência visual.

Numa semana que culmina com a Caminhada do Jubileu da Caridade, um momento simbólico que reflete o percurso de proximidade e apoio da organização (veja aqui o programa completo), os voluntários da Cáritas de Lisboa estarão ainda pela cidade para capar mais atenção para a causa e participar no Peditório Nacional que permitirá recolher fundos para ajudar a desenhar "um futuro mais digno e inclusivo para aqueles que mais precisam".