
"Desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas cometeu crimes terríveis contra cidadãos de Israel e capturou mais de 250 reféns, o mundo assiste nos seus ecrãs a um genocídio em direto", denunciou a secretária-geral da Amnistia Internacional (AI) no seu relatório anual.
"Os Estados assistiram, como se fossem impotentes, Israel a matar milhares de palestinas e palestinos, massacrando famílias inteiras de várias gerações e destruindo residências, meios de subsistência, hospitais e estabelecimentos escolares", apontou.
A agência de Defesa Civil de Gaza afirmou nesta terça-feira que quatro pessoas morreram e outras ficaram feridas num bombardeamento israelita contra tendas de deslocados no sul do território palestino.
A agência já havia alertado sobre a escassez de combustível que obrigou a suspensão da circulação de oito dos 12 veículos de emergência no sul de Gaza, incluindo ambulâncias.
Segundo a Amnistia, as "investigações" demonstraram que "Israel cometeu atos proibidos pela Convenção sobre Genocídios, com a intenção específica de destruir a população palestina de Gaza".
A Amnistia Internacional já havia acusado Israel de genocídio em 2024, algo que as autoridades israelitas rejeitaram categoricamente.
O relatório cita "assassinatos", "danos graves à integridade física ou mental de civis", "deslocamentos e desaparecimentos forçados" e "a imposição deliberada de condições de vida destinadas a provocar a destruição física dessas pessoas".
Além disso, cerca de 1,9 milhões de palestinos (90% da população da Faixa de Gaza) tiveram de abandonar os seus lares em consequência do conflito, lembra a Amnistia, que sustenta que Israel provocou "deliberadamente uma catástrofe humanitária sem precedentes".
A ONG também criticou duramente a atitude da comunidade internacional. "Grandes potências, incluindo os Estados Unidos e muitos países da Europa Ocidental, apoiaram publicamente os atos de Israel, minando assim o valor universal do direito internacional", denunciou.