O papel determinante da União Europeia no desenvolvimento da Madeira e do Porto Santo, contrapondo a solidariedade de Bruxelas à constante ausência do Estado português no apoio às Regiões Autónomas, foi amplamente elogiado por Miguel Albuquerque esta tarde.
Na véspera das comemorações dos 40 anos da assinatura do Tratado de Adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia, Albuquerque lembrou que “foi a Europa, através dos fundos de coesão, que verdadeiramente ajudou a Madeira a desenvolver-se”, numa crítica clara ao Estado que, segundo o líder regional, “quase que se absteve de assumir os seus princípios de solidariedade para com as regiões”.
“Quem cumpriu com os princípios de coesão e solidariedade foi a União Europeia”, disse deixando implícito que Estado português falhou. Na sua opinião foram os fundos europeus que permitiram à Madeira modernizar-se, investir em infra-estruturas, educação, saúde, ambiente. Isso não veio de Lisboa, veio de Bruxelas.
Miguel Albuquerque vai marcar presença amanhã, em Lisboa, na sessão solene comemorativa da data, a convite do Presidente da República. Considera que é “um momento importante de reflexão”, não só para os madeirenses como para todos os portugueses, sobre os benefícios materiais, políticos e diplomáticos que resultaram da integração.
Ainda assim, o chefe do Executivo madeirense advertiu para os desafios futuros da Europa, destacando a necessidade de aumentar a produtividade, reduzir os custos energéticos, impulsionar a inovação tecnológica e ultrapassar os bloqueios burocráticos que afectam a competitividade do continente. Alertou também para a excessiva dependência externa em sectores estratégicos, como o da energia e das tecnologias, e apelou a uma política industrial europeia mais ambiciosa.
As declarações foram proferidas à margem da inauguração do novo Sistema Elevatório da Trompica, na Ribeira Brava, uma obra financiada pelo PRR, precisamente no quadro dos instrumentos da União Europeia que continuam a apoiar directamente o desenvolvimento da Região.