
O ator Adérito Lopes diz que “vil ataque de que fui vítima” tem de ser “exemplarmente investigado e punido pela justiça”. Em comunicado, o ator diz que “não pretende pronunciar-se publicamente” de forma a “não prejudicar a investigação que a situação justifica”.
Explica que a posição “não é motivada por medo, mas pelo facto de entender que é à justiça que cabe resolver este assunto e também por não querer transformar este incidente num trampolim publicitário ou numa oportunidade mediática a favor do agressor e/ou de grupo de que alegadamente fará parte”.
Adérito Lopes informa que a sua representação jurídica será feita pelos advogados Ricardo Sá Fernandes e Sandra Aguiar.
Agressores provocaram vários atores, mas Adérito foi o único ferido
A agressão aconteceu no passado dia 10, antes de entrar para um espetáculo no teatro Cinearte, da companhia "A Barraca". Adérito Lopes foi agredido com um soco no olho, provavelmente com uma soqueira ou com anéis, cerca de uma hora antes do espetáculo, revelou à SIC fonte próxima que estava no local no momento das agressões.
“No passado dia 10, data em que me preparava para exercer o meu ofício – neste caso, representando a figura maior da nossa literatura, Luís Vaz de Camões –, na minha chegada ao teatro, fui absolutamente surpreendido por um cruel e brutal ato de violência, totalmente gratuito, sem que da minha parte tivesse havido qualquer ação em relação à pessoa do agressor ou em relação a qualquer outra pessoa ali presente”, pode ler-se no comunicado.
O alerta foi dado por volta das 20:00 no Largo de Santos. O ator foi levado para o hospital pelos bombeiros. Ficou com rasgões na cara e teve de levar pontos. Saiu do hospital por volta das 2:00.
No comunicado, o ator agradeceu “todas as manifestações de afeto, indignação e respeito que tenho recebido de colegas, alunos, encarregados de educação, professores, artistas, políticos, amigos, cidadãos anónimos, órgãos de Estado e personalidades públicas".
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O Ministério Público confirmou, na quarta-feira, a abertura de um inquérito.
O suspeito das agressões faria parte de um grupo extremista intitulado "Portugueses Primeiro". À SIC, fonte ligada à investigação garante que o suspeito de 20 anos está há muito referenciado.