A Monnaie de Paris vai lançar, no próximo dia 28, uma coleção de moedas alusivas aos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, anunciou a embaixada de França em Lisboa. O presidente da instituição (equivalente francês à Casa da Moeda) será recebido nesse dia pela embaixadora de França em Portugal, Hélène Farnaud-Defromont.
Fundada no ano 864, a Monnaie de Paris não só cunha moeda corrente para o Estado francês como cria coleções temáticas que prestam homenagem a acontecimentos ou figuras históricas, culturais e políticas, de âmbito mundial. A coleção L’Art de la Plume – Luís Vaz de Camões tem três moedas: 20 euros (prata), 50 euros (ouro) e 200 euros (ouro).
“A Monnaie de Paris celebra a literatura portuguesa com Luís Vaz de Camões, poeta do século XVI, considerado uma das figuras literárias mais importantes da língua portuguesa”, explica a entidade, num comunicado, destacando o poema épico “Os Lusíadas”, que “relata as aventuras dos exploradores portugueses e celebra a grandeza da sua nação”.
Ondas, caravela, pena e espada
A face da nova moeda apresenta Camões de perfil, rodeado de ondas e mar. Vários elementos do design remetem para as aventuras marítimas do poeta: “a gorgeira e o seu cabelo transformado em ondas, o veleiro no horizonte, a caravela à sua direita”. A moeda contém uma caravela com a Cruz da Ordem de Cristo e um emblema formado por uma pena e uma espada, evocando os dezasseis anos que Camões passou a viajar pelo Oriente.
O verso da moeda é comum a outras da série L’Art de la Plume, que honram escritores de renome mundial. Os franceses Alexandre Dumas, La Fontaine ou Molière, o britânico William Shakespeare e o italiano Dante Alighieri estão entre os contemplados, a que se junta o vate luso.
A Monnaie de Paris é considerada a empresa mais antiga do mundo, cunhando moedas para o Estado francês há 1150 anos. Hoje produz não só euros como moedas estrangeiras. “Primeira fábrica a ser construída em Paris, é atualmente a última ainda em funcionamento, e as suas produções artísticas continuam a ser feitas na sua fábrica histórica do Quai de Conti”, lê-se na apresentação da própria instituição.