Os concelhos de Loulé, Silves e Albufeira uniram-se na criação de uma área territorial de grande valor geológico nacional e internacionalmente: o Geoparque Algarvensis, candidato a Geoparque Mundial da UNESCO. Entre os vários pilares do projeto, que incluem investigação, sustentabilidade e sensibilização ambiental, destaca-se a oportunidade de unir o património natural com a experiência cultural. Criado em 2019, o Geoparque Algarvensis convida a visitar vários geossítios. No território de Loulé destacam-se a mina de sal-gema e as paisagens protegidas locais da Rocha da Pena e da Fonte Benémola, com percursos pedestres que permitem explorar em pleno a riqueza da fauna e flora locais.
Monumento natural do Jurássico
A Rocha da Pena, em Salir e Benafim, que marca a transição entre a Serra e o Barrocal, trata-se de uma cornija de cerca de 2 km de comprimento, escarpada em calcários do Jurássico e com 480 metros de altura, um “autêntico monumento natural de particular riqueza geológica e biodiversidade”. O município de Loulé acrescenta ainda que “no local foram também encontrados fósseis de uma espécie de anfíbio pré-histórico, único no mundo e que está na base da candidatura a Geoparque da Unesco, o Metoposaurus Algarvensis”.
A Paisagem Protegida Local da Rocha da Pena conta com mais de 500 espécies identificadas em herbário, algumas das quais endémicas, outras medicinais ou aromáticas, e é local de eleição para a prática de birdwatching, com 122 espécies de aves avistadas, a maioria residente. Por aqui trilha-se o “PR18 - Rocha da Pena”, um percurso circular de dificuldade Fácil com 6,7 km, que encaminha até ao cume da rocha e deslumbra com uma vista desafogada. No vale em frente à Rocha da Pena, encontra-se outro geossítio de referência, o Vale do Álamo, “com intensa atividade vulcânica associada de há mais de 190 milhões de anos, foram aqui encontrados fósseis de répteis que viveram nos últimos tempos da Pangeia”, segundo a página oficial do Geoparque Algarvensis.
Biodiversidade abençoada pela água
Também no interior algarvio, a pouco mais de 11 km, situa-se a Paisagem Protegida da Fonte da Benémola. A água que aqui abunda todo o ano é uma das maiores riquezas desta Área Protegida, já que o caminho de descoberta se faz nas margens da ribeira de Menalva, habitat que permite a biodiversidade do local. Com o carro estacionado no início do percurso pedestre circular “PR16 - Fonte Benémola”, um trilho fácil e plano, com 4,2 km em terra batida, enriquecido com painéis informativos sobre a fauna e flora locais e que passa por moinhos de água, levadas, noras e açudes e alguns parques de merendas. Olhares atentos podem descobrir lontras nos pequenos espelhos de água, entre centenas de espécies que aqui habitam. Existem mais de 300 espécies de flora e também mais de 100 espécies de aves, que fazem os ninhos nas encostas do vale e nas margens da ribeira, entre as quais se destacam Guarda Rios, Abelharuco e Águia de Bonelli. Justifica-se assim a existência de uma estação de anilhagem científica, certificada pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas. Esta atividade pode ser observada no local, de forma gratuita, todos os sábados de manhã.
Água termal em piscina quase secreta
Alimentada por uma nascente de água termal férrea, a piscina da Fonte da Seiceira, de entrada gratuita, tem quase 100 metros quadrados, e está rodeada por espaços verdes, local para crianças brincarem, um parque de merendas com grelhadores, e ainda um pequeno restaurante-bar, com esplanada. Inaugurado em 2014, o espelho de água da Fonte da Seiceira foi a primeira obra nascida do orçamento participativo de Loulé nesta freguesia, que se localiza junto da famosa Estrada Nacional 2. São também muitos os visitantes que passam no local para encher garrafas de água, uma vez que são afamadas as propriedades terapêuticas da fonte termal. Em direção a sul, pela EN2, faça uma paragem no miradouro e baloiço da serra do Caldeirão. Situado na freguesia de Ameixial, limitada a norte pelo distrito de Beja, o espelho de água é muito procurado por pessoas de todo o Algarve, principalmente durante o verão,
Outros trilhos louletanos
O território de Loulé convida a caminhadas de descoberta e são mais de 15 as pequenas rotas para explorar, a sua maioria de dificuldade média, com propostas entre os 5 e os 16 km. Destaca-se o “PR5 - Montes Novos” (com 9,4 km), em plena Serra do Caldeirão, de dificuldade média e ao longo de trilhos de terra batida e veredas; e o “PR17 - Barranco do Velho” (com 5,5 km), de dificuldade fácil. Para permanecer junto à água, sugere-se o “PR4 – Revezes” (com 13 km) que encaminha até à ribeira do Vascãozinho, ou o “PR6 - Pé do Coelho” (com 9,3 km) que passa sobre a Ribeira do Arade ou o “PR11 – Amendoeira” (com 8 km) que permite visitar no final a Fonte do Ribeiro. Para realizar estes e outros trilhos com guias locais, sugere-se reserva com a Loulé Rural (Tel. 969460679), que organiza caminhadas em zonas rurais, de pomares de sequeiro mistos. Em alternativa, a GeoWalks & Talks (Tel. 933735659) aposta no geoturismo e em todos os passeios incluem lanche com produtos locais. Também a Morgan’s Nature Walks (Tel. 969566131) oferece visitas guiadas e caminhadas com “caça fotográfica de orquídeas, borboletas e libelinhas, assim como sessões de anilhagem de pássaros, devidamente orientadas por um técnico especializado”.
Visitas ao centro da terra
A cidade de Loulé guarda, longe da vista, o local turístico mais profundo de Portugal. Por baixo da cidade, na mina de sal-gema da Campina de Cima, faz-se uma visita guiada pela Tech Salt (Tel. 925969369), empresa que em 2019 adquiriu a concessão do espaço e organiza desde então quatro visitas por dia. Desce-se a 230 metros de profundidade para apreciar história geológica com cerca de 230 milhões de anos. O percurso de interpretação a pé, no interior da mina, com cerca de 1,3 km, dá a conhecer a evolução dos processos de mineração de sal-gema. No fundo da mina, o cenário é composto por um labirinto de galerias com 45 km, que abraçam, em plena harmonia, a atividade extrativa de sal-gema e o turismo mineiro, proporcionando aos visitantes uma experiência única. Entre câmaras e pilares, observa-se o rodopio de camiões a circular nas galerias e é ainda possível observar exposições e coleções de arte. No regresso à superfície, é possível adquirir produtos à base de sal-gema, como os sais de banho, na loja que se encontra na bilheteira.
Caminhar ou pedalar rumo à Via Algarviana
A Via Algarviana é uma Grande Rota Pedestre, com cerca de 300 km, que permite conhecer o Algarve, de Alcoutim ao Cabo de São Vicente, a caminhar ou de bicicleta. Em complemento oferece uma rede de percursos, com 18 Pequenas Rotas, 10 Percursos Áudio Guiados, 4 Rotas Temáticas e 12 Ligações. No território de Loulé destacam-se três percursos de ligação à Via Algarviana, um deles, o “GR13.2 Loulé – Salir” (com 28 km) tem início na estação de comboios de Loulé, que permite percorrer os tradicionais pomares de sequeiro, rodeados pelos muros de pedra calcária, os valados, uma imagem caraterística do Barrocal algarvio. Em alternativa, sugere-se o “GR13.6 - Ameixial - Barranco do Velho” (com 21,90 km) ou o “GR13.7 - Albufeira – Alte” (com 29,30 km), em que o ponto de chegada do percurso é sobre a ribeira de Alte.
Nos arredores de Alte
Em plena Serra do Caldeirão, a aldeia de Alte merece, só por si, uma paragem obrigatória e visita demorada devido à sua envolvente cénica de beleza singular. Próximo da aldeia há biodiversidade protegida pela Rede Natura 2000 para explorar e um percurso pedestre de dificuldade Difícil, o “PR15 – Entre o Barrocal e a Serra” (com 17,6 km), que começa perto da ponte de Alte, seguindo em direção a São Bartolomeu de Messines. Merece ainda visita a Queda do Vigário, uma cascata com 24 metros de altura que se precipita num lago que resulta da junção da ribeira d’Alte com as águas da Fonte Grande e da Fonte Pequena. Construída no século XVII, junto à cascata, há uma zona de lazer e a melhor altura para visitar é durante a primavera e o outono, para evitar que a cascata esteja seca. Para melhor conhecer e apreciar o barrocal e a serra do Caldeirão, sugere-se agendar um passeio com a Buggy Safari (Tel. 966 730 356), com propostas que variam entre 30 km, com e sem pó e lama, e 70 km, com experiências que podem contemplar um dia inteiro ou apenas o pôr do sol.
Um novo passadiço para desfrutar da ria Formosa
Loulé estende-se da serra e do barrocal até ao mar. Da sede de concelho até ao litoral distam somente cerca de 10 km, destacando-se o Parque Natural da Ria Formosa, a zona húmida mais importante do sul de Portugal, conhecida pelas ilhas-barreira, praias paradisíacas, sapais, dunas e pinhais, que tornam esta zona um local privilegiado para observação de aves. A novidade são os Passadiços Loulé Litoral, próximos da praia do Ancão e da Quinta do Lago, um percurso linear de 4,85 km, para percorrer ao longo de todo o ano.
Desportos náuticos e passeios de barco a partir de Vilamoura
A partir da Estação Náutica de Vilamoura é possível desfrutar de várias atividades pela costa marítima algarvia. O Vilamoura Watersports Centre (Tel. 937777913) oferece várias opções de desportos, como parasailing, jet skis e passeios de barco ou de jet boat, com possibilidade de pesca a bordo. Já a Cruzeiros da Oura (Tel. 289301900) organiza passeios de barco onde é possível nadar, fazer snorkel, kayaking, visitar as grutas, pescar, ou fazer um barbecue na praia. Em alternativa, reserva-se viagem no Condor de Vilamoura (Tel. 961401141), um navio de 34 metros com dois mastros, ou exploram-se grutas, túneis e falésias com a Cruzeiros Algarve Seafaris (Tel. 289313980).
Passeio Verde é uma iniciativa Boa Cama Boa Mesa, com o apoio da Kia Portugal, que semanalmente, ao longo do ano de 2024, vai dar a conhecer espaços naturais, experiências e atividades na natureza. O Passeio Verde foi realizado com o Kia Niro EV 100% elétrico, Carro Oficial Boa Cama Boa Mesa.
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver código de conduta), sem interferência externa.