Nas mãos da mesma família desde a abertura, o Ar Belo, na zona da Penha, em Guimarães, tem sabido modernizar-se, sem perder a personalidade. Abriu com o objetivo de oferecer pratos tradicionais e de acolher a comunidade de Guimarães e, desde então, pratos como a “Vitela assada” (€26), o “Arroz de pato” (€23) e os “Rojões à minhota” (€26) representam a sua essência gastronómica.
Após o falecimento do avô, em 1995, a gestão do restaurante Ar Belo passou para os pais, Vítor Teixeira, o rosto da evolução da sala, e Marina Magalhães, na cozinha, “que deram continuidade ao legado e lutaram para transformar uma simples tasca num restaurante convidativo e acolhedor”, conta Vítor Hugo Teixeira, representante da terceira geração. Em 2004, fizeram a grande primeira modernização do espaço e, em 2018, Vítor Hugo começou a dedicar-se inteiramente ao projeto, assim como a companheira Francisca Carvalho, no ano seguinte.
Os ventos de mudança trouxeram um serviço mais sabedor e uma oferta vínica diferenciada, ao restaurante Ar Belo, mas mantiveram-se os clientes – “a maior parte dos nossos clientes é local e acompanha-nos há várias gerações. Muitos são tratados pelo nome, criando uma relação de proximidade e confiança que nos é muito querida” – e os sabores de sempre. Às quartas há “Massa à lavrador” (€22), às quintas “Arroz de frango pica-no-chão” (€26), às sextas “Petingas com arroz de feijão e penca” (€22) e “Rabo de boi estufado” (€32), aos sábados “Cabrito assado no forno com arroz de miúdos” (€36) e ao domingo “Tripas à portuguesa” (€22). Na devida época, é possível encontrar “Coelho estufado” (€24) e “Feijoada à transmontana” (€22), além de pratos quase esquecidos como “Costeleta de sardinha panada” (€24) ou “Ovas de pescada grelhadas com molho verde” (€29).
A matéria-prima chega de produtores locais, “para garantir a frescura e qualidade dos ingredientes” até à mesa. “Os meus padrinhos têm uma pequena quinta nas proximidades que nos fornece produtos hortícolas e frutas frescas, dependendo da temporada. O peixe e marisco vêm diretamente de uma família de pescadores de Angeiras, conhecida há gerações pela qualidade e frescura do seu produto. Além disso, trabalhamos com talhos locais, que produzem carnes de excelência há várias décadas”, explica Vítor Hugo.
Inovar, mantendo a tradição
Quando assumiram as rédeas do projeto, a premissa era simples: “inovar, mantendo a tradição que nos caracteriza”. Durante a pandemia, apesar de toda a incerteza vivida, construíram uma esplanada (climatizada, no inverno), fizeram mudanças estruturais na cozinha e avançaram com o desenvolvimento das redes sociais do restaurante. A isto juntou-se todo o trabalho de gestão financeira, assumida por Vítor Hugo e Francisca, ambos formados em Economia.
Despido de formalismos, mas com elegância e contemporaneidade, o restaurante Ar Belo é hoje mais confortável, “mantendo a sua essência acolhedora e tradicional, mas com toques modernos e funcionais”. Embora a ementa mantenha a base tradicional, há algumas sugestões mais contemporâneas, como o “Bife Wellington” e o “Folhado do Mar”, e uma carta de vinhos em constante evolução. “Hoje contamos com cerca de 140 referências, focando-nos também em pequenos produtores nacionais. É com orgulho que, atualmente, muitos dos nossos clientes me confiam a responsabilidade de selecionar o vinho que vai acompanhar a sua refeição, o que permite proporcionar uma experiência ainda mais personalizada”.
O restaurante Ar Belo (Rua de Belos Ares, 168, Guimarães. Tel. 963903969) está aberto de quarta-feira a sábado, ao almoço e ao jantar, e ao domingo, apenas ao almoço.