O Museu de Arte Contemporânea Armando Martins (MACAM), em Lisboa, que reunirá centenas de obras do colecionador, abre a 22 de março de 2025, com um hotel de cinco estrelas no mesmo edifício histórico, datado do século XVIII, anunciaram os promotores. A data de abertura foi escolhida para coincidir com o aniversário de Armando Martins, cuja coleção pessoal de arte reúne mais de 600 obras, desde o final do século XIX até à atualidade.

Fachado do MACAM - Museu de Arte Contemporânea Armando Martins
Fachado do MACAM - Museu de Arte Contemporânea Armando Martins Fernando Guerra

A inauguração do museu, instalado no Palácio Condes da Ribeira Grande, na Rua da Junqueira, será marcada por três dias de eventos e atividades comemorativas, com entrada gratuita para o público, segundo um comunicado enviado à agência Lusa. De acordo com os responsáveis pelo projeto, o MACAM funcionará com “um conceito inovador que junta no mesmo espaço um museu e um hotel de cinco estrelas, o primeiro do género em Portugal e na Europa”.

O MACAM terá um total de 13.000 m2. Foi criada uma nova ala que liga o palácio ao espaço expositivo, cuja fachada - premiada em fevereiro na edição anual dos Surface Design Awards, em Londres - é revestida por uma série de azulejos tridimensionais da autoria da artista e ceramista portuguesa Maria Ana Vasco Costa, inspirada na tradição portuguesa de fabrico de azulejo. O museu integra-se na zona cultural de Lisboa, situada entre Belém e Alcântara.

Capela do MACAM
Capela do MACAM Fernando Guerra

Arte contemporânea decora hotel
Localizado no número 66 da rua da Junqueira, em Lisboa, o MACAM – Museu de Arte Contemporânea Armando Martins, vai contar com uma unidade hoteleira, com a classificação cinco estrelas, “onde os hóspedes poderão desfrutar da elegância de um edifício do século XVIII aliado ao conforto e design da arquitetura contemporânea”. Com 64 quartos, os promotores prometem “não apenas um ambiente de luxo para descansar, mas também uma experiência artística única e imersiva”. Nas paredes, terraços e em todos os quartos do MACAM Hotel vão estar expostas várias obras de arte moderna e contemporânea. No Palácio e nos terraços da ala nova é possível usufruir das vistas para o rio Tejo e Ponte 25 de abril.

O complexo hoteleiro inclui restaurante e café, “com foco nos sabores locais”, biblioteca, vocacionada para as artes visuais, ginásio, um pequeno auditório, loja, “com edições exclusivas de prestigiadas marcas portuguesas” e ainda uma capela dessacralizada do século XVIII, totalmente restaurada e onde se encontra um Live Arts Bar, que irá receber durante todo o ano um programa de eventos culturais, concertos, leituras de poesia e sessões literárias.

Fachado do novo edifício de exposições temporárias
Fachado do novo edifício de exposições temporárias Fernando Guerra

Obras criadas especificamente para cada local
Para o espaço do Museu de Arte Contemporânea Armando Martins foram convidados três artistas a desenvolver obras “site-specific” (criadas de acordo com o ambiente e com um espaço determinado): o artista espanhol Carlos Aires, o escultor português José Pedro Croft e a artista canadiana Angela Bulloch. Para a antiga capela, Carlos Aires concebeu uma instalação “inspirada no diálogo ambíguo entre a espiritualidade e a brutalidade da guerra”, enquanto José Pedro Croft criou uma intervenção escultórica de grande dimensão composta por três elementos ovais em aço e vidro colorido, para o terraço nascente da fachada do palácio. No outro terraço da fachada, a poente, ficará uma obra concebida por Angela Bulloch, uma peça vertical e colorida de cinco poliedros irregulares de aço inoxidável pintado, “que funcionam como uma ilusão de ótica num jogo lúdico, bi ou tridimensional, dependendo da posição do observador”.

Lobby do MACAM Hotel
Lobby do MACAM Hotel MACAM

O projeto está subordinado à temática “The House of Private Collections” (“A Casa das Coleções Privadas”), segundo o comunicado, e irá convidar outros colecionadores privados a mostrar coleções no espaço expositivo do MACAM, na linha dos objetivos do fundador para o museu, o empresário português Armando Martins. “Espero que este projeto possa ser útil e dar um contributo à cidade de Lisboa, à cultura e a quem nos visita”, afirma o empresário, presidente do Grupo Fibeira, da área imobiliária, hotelaria, e serviços, citado pela organização.

A coleção de Armando Martins reúne obras de artistas como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft, Lourdes Castro, entre outros. Quanto a artistas estrangeiros, estão representados na coleção, entre outros nomes, Gilberto Zorio, John Baldessari, Albert Oehlen, Olafur Eliasson, Marina Abramovic, Antoni Tàpies, Antonio Ballester Moreno, Juan Muñoz, Santiago Sierra, Carlos Aires, Pedro Reyes, Carlos Garaicoa, Ernesto Neto, Marepe, Rosângela Rennó, Vik Muniz e Isa Genzken.

Quarto do novo MACAM Hotel
Quarto do novo MACAM Hotel MACAM

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