Até 31 de maio, a Biblioteca Municipal de Palmela recebe a exposição “Luiz Pacheco: a ser como sou e não outro que não quero ser”, uma homenagem ao escritor e editor, com entrada gratuita.

A mostra, que foi inaugurada a 10 de maio, dá início às celebrações do centenário do nascimento de Luiz Pacheco, uma figura literária marcante, cujas obras e postura irreverente continuam a influenciar a literatura portuguesa.

Composta por quatro vitrines de documentação inédita, a exposição também inclui um vídeo com testemunhos e áudios originais de Luiz Pacheco, através desses materiais, os visitantes podem conhecer melhor a vida e obra do autor, incluindo as suas ligações pessoais, ilustradas por correspondências enviadas e recebidas ao longo da sua vida.

A exposição também destaca as suas recordações e amizades em Palmela, onde Pacheco viveu na última década do século XX, e fez da cidade a sede da sua editora, a Contraponto.

A inauguração contou com a presença do filho de Luiz Pacheco, Paulo Pacheco, e com uma performance teatral de Luís Santiago, que deu ainda mais vida à memória do escritor, o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Balseiro Amaro, agradeceu à família Pacheco pela cedência dos materiais expostos e à equipa da Biblioteca pelo trabalho na criação da exposição.

Para o presidente, a frase de Pacheco escolhida para dar nome à mostra reflete bem a postura do autor ao longo da sua vida.

A exposição estará patente na Biblioteca Municipal de Palmela até 31 de maio e poderá ser visitada de terça a sexta-feira, entre as 10h00 e as 19h00, e aos sábados, das 14h00 às 19h00 (fechando aos feriados).

Após esta data, a mostra vai ser apresentada no Foyer do Auditório Municipal de Pinhal Novo – Rui Guerreiro, de 3 a 28 de junho, e está prevista a itinerância por outros locais do concelho, incluindo escolas secundárias.

O Centenário de Luiz Pacheco, comemorado a 7 de maio, integra um programa que inclui diversas atividades ao longo do ano. O Município de Palmela é parceiro do projeto “Luiz Pacheco Passeia por Todo o Papel (1925-2025)”, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que conta com a colaboração de várias entidades, como o Município de Setúbal e a Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Além da exposição, as comemorações incluem a apresentação da biografia “Puta que os pariu”, de João Pedro George, marcada para 4 de outubro, na Biblioteca de Palmela, dentro do projeto “365 Dias de Romance”.

Em outubro, decorrerá também o Congresso Centenário Luiz Pacheco (1925-2025), nos dias 22 e 23, na Biblioteca de Palmela e no Auditório Charlot (Setúbal), a partir de 23 de outubro, uma nova mostra será exibida na Biblioteca Municipal de Palmela.

Luiz Pacheco foi um escritor, revisor, crítico literário e editor, cuja obra é marcada pela irreverência e pelo questionamento das normas sociais e literárias, com um percurso pautado por dificuldades e desilusões, Pacheco revelou uma postura cáustica e uma visão crítica do instituído, que o tornaram uma figura complexa e muitas vezes incompreendida.

A sua obra, muitas vezes autobiográfica, é essencial para entender a personalidade e os princípios de um autor que não hesitou em expressar a sua visão única do mundo, passou os últimos anos da sua vida em Palmela, deixando uma marca indelével na literatura portuguesa.