Adquirir habitação própria continua a ser uma das grandes metas de quem inicia a vida profissional. No Minho — uma região que alia qualidade de vida, dinâmica económica e forte identidade cultural — esse objetivo pode estar mais próximo, especialmente com os apoios públicos atualmente em vigor.

O valor dos imóveis em Portugal tem registado uma tendência contínua de subida nos últimos anos — e a região do Minho não é exceção. Os dados mais recentes do Idealista revelam que, em Braga, o preço por metro quadrado passou de 980 € em janeiro de 2020 para cerca de 1.700 € em março de 2025. Trata-se de um aumento expressivo — quase o dobro em apenas cinco anos.

 

O mercado de arrendamento seguiu a mesma trajetória de valorização. Em 2020, o custo médio por metro quadrado em Braga situava-se nos 6,4 €. Em março de 2025, esse valor já atingia os 10,2 €/m².
Traduzido para uma habitação com 100 m², isto significa que uma renda mensal típica passou de 640 € para 1.020 € — um aumento significativo que pressiona fortemente o orçamento das famílias.

Neste cenário, adquirir uma casa para habitação própria torna-se cada vez mais difícil, sobretudo para os jovens em início de carreira, que enfrentam não só preços elevados, como também desafios no acesso ao crédito e falta de poupança para dar entrada.

Comprar ou arrendar casa: qual a melhor opção?

Arrendar uma casa pode parecer a solução mais simples numa fase inicial, sobretudo porque exige um investimento imediato mais reduzido. Para quem está a começar a vida profissional, ou ainda não tem uma situação laboral estável, o arrendamento oferece flexibilidade e menor compromisso financeiro a longo prazo.

No entanto, com o aumento generalizado das rendas, esta opção tem vindo a perder alguma atratividade, principalmente em zonas urbanas como Braga, Guimarães ou Viana do Castelo. A aquisição de habitação própria surge, assim, como uma alternativa potencialmente mais vantajosa — desde que exista alguma estabilidade profissional e capacidade para suportar os encargos associados ao crédito habitação.

Ainda assim, não existe uma resposta única ou definitiva. A decisão entre arrendar ou comprar depende de diversos fatores, como:

  • O rendimento mensal disponível
  • Os objetivos pessoais e profissionais (por exemplo, querer mobilidade ou preferir estabilidade)
  • A situação familiar ou a fase da vida em que se encontra
  • A zona onde se pretende viver e o preço do mercado local

É importante notar que, independentemente de se optar por comprar ou arrendar, muitas pessoas estão a afastar-se dos centros urbanos, onde os preços se tornaram incomportáveis, e a procurar habitação em zonas periféricas ou rurais. Este movimento acontece tanto entre quem compra como entre quem arrenda, e reflete uma tentativa de encontrar melhor qualidade de vida, mais espaço e custos mais equilibrados.

Em última análise, a melhor escolha será sempre aquela que equilibra o momento de vida da pessoa com a sua capacidade financeira, as oportunidades disponíveis no mercado e os seus planos para os próximos anos.

Apoios do Estado para jovens até aos 35 anos

Nos últimos anos, foram implementadas medidas que visam facilitar o acesso à habitação por parte da população jovem. Destacam-se as seguintes:

Isenção de impostos
Jovens até aos 35 anos beneficiam de isenção de pagamento de IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis) e Imposto do Selo na aquisição da primeira habitação própria e permanente, até determinados limites de valor.

Garantia pública para crédito habitação
Através de um sistema de garantia pública, o Estado permite aos bancos conceder crédito habitação sem que o cliente tenha o valor total da entrada inicial. Esta garantia cobre parte do montante financiado, sendo válida por um período até 10 anos.

Estes mecanismos tornam a compra de casa mais acessível, mesmo para quem não dispõe de poupanças significativas.

Se desejar saber mais sobre o crédito a habitação e até fazer um exercício de simulação do crédito, pode consultar as condições e simulador de crédito a habitação do santander.

Viver no Minho: uma escolha com futuro

O Minho é uma das regiões mais equilibradas do país, combinando zonas urbanas dinâmicas com paisagens naturais preservadas, uma forte oferta cultural, ensino de qualidade e boas acessibilidades. Seja no litoral ou no interior, em cidades mais movimentadas ou localidades mais tranquilas, existem oportunidades para diferentes perfis e estilos de vida.

Adquirir casa nesta região é, para muitos jovens, uma forma de estabilidade e de investimento pessoal a longo prazo.

Por outro lado, com os apoios atualmente disponíveis e soluções de crédito adequadas, a aquisição de habitação no Minho por jovens até aos 35 anos tornou-se significativamente mais viável.

Trata-se de uma oportunidade para quem pretende sair de casa dos pais, deixar de pagar renda ou simplesmente investir no seu futuro.

Pondere e consulte profissionais da área antes de realizar qualquer investimento

Este artigo constitui apenas uma reflexão sobre o contexto atual e as possibilidades existentes para quem pondera adquirir habitação no Minho. Não deve ser interpretado como aconselhamento financeiro, nem substitui a consulta de profissionais especializados e a obtenção de orientação adequada junto de entidades competentes.

Vivemos tempos marcados por incerteza — com instabilidade geopolítica, guerra na Europa, tensões comerciais e oscilações nas taxas de juro. Tudo isto pode influenciar o mercado imobiliário de formas difíceis de prever.


Aquilo que hoje parece uma boa oportunidade pode deixar de o ser amanhã — ou o contrário. Por isso, é fundamental acompanhar a evolução da situação, adaptar as decisões à realidade do momento e, sempre que possível, procurar aconselhamento profissional antes de assumir compromissos financeiros relevantes.