
A greve parcial dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP continua a fazer-se sentir esta quarta-feira, 14 de maio, ainda que com menos impacto do que nos dias anteriores. Entre a meia-noite e as 08h00 foram suprimidos 59 dos 250 comboios programados, representando 23,6% de supressões — o número mais baixo desde o início da paralisação.
De acordo com dados da CP, os serviços Urbanos de Lisboa funcionaram a 100%, com todos os 111 comboios previstos a circularem normalmente. Já no Porto, 17 dos 52 comboios foram cancelados, resultando numa taxa de supressão de 32,7%. Pior cenário verificou-se em Coimbra, com 57,1% dos comboios suprimidos (apenas três dos sete programados circularam).
Nos serviços de longo curso, a circulação esteve também fortemente condicionada. Dos 13 comboios programados, seis não se realizaram, correspondendo a 53,8% de supressões. Quanto aos comboios regionais, essenciais para a mobilidade em várias zonas do país, foram cancelados 31 em 67, uma taxa de 46,3%.
A greve, que se prolongou até terça-feira, continua a ter reflexos operacionais neste arranque de quarta-feira. Segundo Luís Bravo, presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, a paralisação “mostra bem o descontentamento dos trabalhadores”, em luta por melhorias salariais que consideram estar congeladas desde 2010.
Os trabalhadores exigem que seja cumprido o acordo alcançado a 24 de abril entre a administração da CP e os sindicatos. “O Governo não pode querer os méritos da negociação e depois fugir às suas responsabilidades na aplicação”, reforçou o dirigente sindical.
A CP ainda não divulgou previsões para o resto do dia, mas admite que a normalização total dos serviços deverá ser progressiva ao longo da semana.