Teve início hoje, em Madrid, o julgamento de um cidadão português acusado de ter provocado a morte de quatro pessoas, incluindo um menor de idade, ao atropelá-las durante uma celebração de casamento de uma família cigana, em Torrejón de Ardoz, nos arredores da capital espanhola.

O incidente ocorreu em 2022, e outras nove pessoas ficaram gravemente feridas.

O suspeito, conhecido em Espanha como “El Portugués”, enfrenta acusações graves, estando em causa uma eventual condenação a prisão perpétua, o Ministério Público espanhol está a pedir uma pena acumulada de 226 anos de prisão.

De acordo com a Procuradoria, o arguido terá, de forma deliberada, lançado a sua viatura contra um grupo de convidados à porta do restaurante onde decorria o casamento, cerca das 2h44 da madrugada, num evento com mais de 200 pessoas.

O advogado da família do jovem menor de idade falecido afirma não ter dúvidas quanto à intencionalidade do ato, sublinhando tratar-se de um crime premeditado.

Segundo o processo, o acusado já possuía antecedentes criminais e terá comparecido à celebração sem convite, acompanhado por dois filhos e dois sobrinhos, um dos menores terá causado distúrbios durante a festa, o que levou à expulsão do grupo do recinto.

A discussão, iniciada dentro do estabelecimento, prosseguiu no exterior, culminando com o momento em que o arguido entrou no carro, acelerou o motor e avançou em direção às pessoas que se encontravam à porta.

Após o atropelamento, o homem colocou-se em fuga, vindo a ser detido algumas horas depois pelas autoridades espanholas.

O julgamento prevê a audição de dezenas de testemunhas ao longo das próximas semanas, com sessões agendadas até ao final do mês.

O caso tem gerado grande atenção mediática tanto em Espanha como em Portugal, dada a gravidade dos factos em análise.