
Este domingo, foi dia de jogo grande para o Alentejo no Campeonato de Portugal, onde O Elvas e Lusitano de Évora se enfrentaram para a 3ª jornada da fase de subida do Campeonato de Portugal.
Uma partida que prometia muito e bom futebol. O que é certo é que as aspirações elvenses parecem estar mesmo a esgotar, principalmente por não conseguirem vencer este Lusitano, que por sua vez parece estar a descolar para a glória.
Património Regional do Desporto
Confronto entre duas cidades que são Património Mundial da Humanidade pela UNESCO e melhor entrada não se podia pedir. Dois golos antes dos cinco minutos, um para cada lado.
A bola partiu da equipa da casa e deles foi o primeiro golo. Não deixaram os lusitanistas tocar na bola e logo aos 2’ já estavam a celebrar, por intermédio da cabeça de Henrique Cavalcante.
Contudo, a resposta veio segundos depois, pelo avançado contrário. Aos 5’, João Pinto consegue encontrar Miguel Lopes, que senta Baffour, passa para Dida, que só teve picar por cima de Bruno Bolas.
Segurar, ganhar balanço
Certo que já tinha dado para ambos os grupos de adeptos festejarem, e eles pediam mais. Porém, a partida entrou em fase de contenção.
Ambas as equipas começaram a “arrefecer” o jogo, já que não convinha sofrer mais, de parte a parte. A toada em campo passou pela procura de espaços, com o intuito de por ali furar a defensiva.
Ainda assim, muito sólidos os castelos, pouco espaço concediam. As “cartas” mantinham-se bem estruturadas, bem organizadas e muito reativas no ataque ao (pouco) espaço livre que iam dando.
D. Dida, o Intratável
Era preciso muito génio para desbloquear tudo isto e foi preciso alguém que acabaria por decidir muito deste primeiro tempo.
Com o seu “rabo-de-cavalo”, Dida incorporou Sansão (antes do corte de cabelo) e fez strike nas peças de um puzzle difícil de quebrar.
Aos 27’, conseguiu uma desmarcação incrível nas costas da defesa, com Martim Águas a conseguir levar consigo a marcação. Livre, o avançado, só teve de receber o cruzamento de Miguel Lopes quase à boca da baliza.
Depois, aos 34’ procurava algo que só apareceu depois. Já em queda, não reuniu condições para voltar a “molhar a sopa” e até Pedro Russiano não quis acreditar. O que apareceu já perto do apito final, aos 45 minutos.
Tiago Baptista desmarcou Miguel Lopes pela direita, com Sele Davou atrasado. A bola sobrou para o nigeriano, que não conseguiu rematar em condições. Sobrou para o nº9 que fuzilou à meia-volta.
Eram bem visíveis as caras de deceção dos adeptos azuis e ouro. Depois de uma derrota e um empate, estavam desejosos que fosse neste derby do Alentejo, que finalmente pudessem festejar à séria.
Incontornáveis foram os assobios mal o árbitro terminou o primeiro tempo. Bruno Dias começa mesmo mal o seu reinado com as cores d’O Elvas.
Aspirações findadas
Os jogadores d’O Elvas talvez tenham ouvido os apupos no balneário, ou talvez alguns raspanetes do técnico. Isto porque voltaram a entrar com tudo o que tinham.
Mais pressionantes do que no final do primeiro tempo e mais pacientes com bola, ainda conseguiram perturbar a “paz” de Duarte Martins.
No entanto, teve de ser um dos jogadores de azul e ouro a perturbar essa vontade, uma vez que Rúben Cardoso jogou com a mão dentro da área, depois de um cabeamento de Dida.
Penalti indiscutível, nem mesmo pelos adeptos, que foi convertido por Miguel Lopes, ao minuto 56’. O tento serenou totalmente as aspirações dos da casa, que passaram a jogar bem mais com o “coração”.
Espelhos e Reflexos
Há que destacar aqui uma curiosidade. Enquanto o tempo passava, os técnicos iam, obviamente, impondo as suas ideias, mas também as respetivas formas de estar.
O Lusitano parecia que estava a perder, mesmo estando com uma vantagem de três golos, muito por culpa de Pedro Russiano, que não queria falhas e nunca se sentou.
Já Bruno Dias, sempre muito pensativo. Com a mão no queixo e até mesmo de cócoras, o técnico parecia pouco certo o que se tinha passado em 90 minutos. Por mais que mexesse, parecia que tudo corria mal.
Deceção de um lado, euforia de outro
Com este resultado, o Lusitano mais que cimenta o seu cimeiro lugar. Com uma mancha adepta muito presente em Elvas, ao sol, estiveram sempre muito apoiados aqueles que estavam em campo.
Do lado dos da casa, as bancadas estiveram muito efusivas, até certo ponto. Certamente expectantes de dar a volta à situação anterior. O que é certo é que piorou e isso foi-se vendo nos adeptos. Se ao intervalo assobiaram, no final já seriam cerca de metade. Muitos abandonaram.
O Elvas | Lusitano GC |
1 | 4 |
Henrique Cavalcante (2′) | Dida (5′, 27′ e 45′) Miguel Lopes (58’p) |