
A candidatura, que abrange toda a região, é promovida pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e pela Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL), com o apoio das 13 câmaras que integram o organismo.
"Procurámos preparar um dossiê forte e consistente" e um dos objetivos da candidatura "é contribuir para o aumento da internacionalização da região", realçou à agência Lusa o presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, José Manuel Santos.
Segundo o responsável, o dossiê da candidatura foi entregue hoje à tarde à Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), que vai decidir, em assembleia-geral, no dia 30 deste mês, qual das três candidaturas concorrentes 'ganha' o título.
O Baixo Alentejo concorre com uma candidatura que junta sete municípios dos Açores e com outra que agrega seis câmaras do Algarve.
Nas declarações à Lusa, o presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo adiantou que a candidatura do Baixo Alentejo propõe "mais de 20 atividades, três delas com impacto mundial", mas escusou-se, para já, a revelar detalhes.
"São iniciativas que vão ao encontro dos objetivos da candidatura, que é procurar que todo o universo ligado ao vinho, à cultura, ao património e à identidade do Baixo Alentejo possa ser mais conhecido nos mercados internacionais", salientou.
Assinalando a qualidade e a história do vinho produzido nesta região, José Manuel Santos lembrou que o Baixo Alentejo "produz vinhos há mais de dois mil anos" e aludiu à "herança milenar do vinho de talha".
"Esta realidade vitivinícola é claramente distintiva e acaba por colocar automaticamente a candidatura num patamar de projeção", assumiu.
Entre outros argumentos, o responsável destacou que, neste território, "o vinho é também expressão turística, com hotéis temáticos ligados ao vinho, que tem aplicações, por exemplo, ao nível da saúde e do bem-estar".
"O Baixo Alentejo consegue ter realidades como pequenas adegas familiares ou de amigos ligados ao vinho da talha, produções intermédias, em que temos um hotel e uma adega, e até produções industriais", acrescentou.
Também em declarações à Lusa, o presidente da CIMBAL, António Bota, frisou que a região do Baixo Alentejo é a que "apresenta melhores e mais variedade de vinhos para o novo consumidor, com as novas regras de consumo".
"Enquanto se bebia muito vinho há uns anos atrás, hoje bebemos menos e de maior qualidade e o Alentejo tem essa panóplia de oferta e o mercado turístico envolvente dos vinhos é muito significativo no Baixo Alentejo", sublinhou.
António Bota, que também é presidente da Câmara de Almodôvar, destacou a existência de empresas que se dedicam ao enoturismo, com programas diversificados, e quase 200 unidades de turismo rurais, que também aliam o vinho a outras iniciativas.
A assembleia-geral da AMPV, com representantes dos 146 associados, reúne-se, no dia 30, em Alandroal, no distrito de Évora, para escolher a Cidade Europeia do Vinho 2026.
A CIMBAL é formada por 13 dos 14 municípios do distrito de Beja (a exceção é Odemira).
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