Feliz com o novo reality show, Cláudio Ramos revela em entrevista exclusiva à TV 7 Dias como gere a sua vida profissional com a sua vida pessoal, numa altura em que está com mais excesso de trabalho. O anfitrião do Desafio Final, TVI, é pai de Leonor, de 21 anos.

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TV7 Dias – Vai voltar a ter uma vida intensa de trabalho. Isso afeta-o?

Cláudio Ramos – Vou voltar a ter a vida louca de quem acorda todos os dias às seis da manhã, tem um programa diário de três horas e depois outro diário ao fim do dia e as galas de fim de semana, com a preparação que tudo isto merece e precisa. Já passei por isto e o truque é manter a disciplina e o rigor. Sei exatamente que nesta temporada não farei muito mais do que trabalhar e focar-me no meu bem-estar. Sei que é uma fase, por isso pretendo não ser afetado por ela e preparo-me física e mentalmente para isso.

Que preparação é essa?

Tenho um coach emocional. Tenho uma equipa multidisciplinar, que vê como estou animicamente. Tenho psicólogo, tenho aulas de treino com um personal trainer, três vezes por semana, tenho pilates, como bem, bebo três litros de água por dia. Faço caminhadas de meditação. O objetivo é encaixar tudo de forma matemática,
para que nada falhe e tudo funcione.

“Sou zero viciado no trabalho”

É workaholic, que é como quem diz viciado em trabalho?

Não sou de maneira nenhuma! Sou muito disciplinado e muito rigoroso com aquilo que me proponho fazer, mas sou zero viciado no trabalho, o que não significa que não ame o que faço, mas sei, aos 51 anos, que a vida não é o trabalho.

De onde vem essa disciplina?

Eu acho que, se for ver com atenção, vem da infância. Sempre fomos em casa muito disciplinados. Fazíamos a cama, limpávamos a casa, arrumávamos a mesa, cumpríamos horários… Depois, quando comecei a trabalhar, tive uma escola maravilhosa, que se chamava Comunicasom, do meu muito querido Manolo Bello, onde, com ele e com o Jorge Simões, aprendi o respeito pelos horários, pelas equipas e pelos métodos da televisão. Isso ficou-me para sempre. Custa-me imenso ver gente a trabalhar no meio que não respeita horários, reuniões, funções…

“Para que a relação de pai e filha não saia beliscada”

Desta vez terá folga à sexta-feira. Foi uma exigência sua? Porquê?

Não sou o tipo de profissional que faz exigências, nem tenho caprichos. Para já, é importante perceber que a Maria [N.R.: Botelho Moniz] está ótima às nove da noite de sexta-feira e que ela adora realities e, claro, folgando à sexta-feira tenho mais tempo de descanso, que preciso, se me

A sua filha Leonor não se queixa?

A minha filha está crescida, madura, a fazer o seu caminho. Claro que no ano passado, como fiz seis meses seguidos de realities, porque apresentei dois seguidos, a Leonor sentiu falta de algumas rotinas que tínhamos e queremos manter, mas é algo que tentámos reestruturar, para que a relação de pai e filha não saia beliscada.

Como olha a sua filha para o pai, apresentador de televisão?

Como se o pai fosse outra coisa qualquer, porque esta é a realidade da Leonor desde que nasceu. E fazemos todos questão que assim seja. Idiota seria se pensássemos de outra forma.

Ela é reconhecida como a filha de Cláudio Ramos?

Umas vezes será, outras não. Nunca senti que ela valorizasse isso ou que lhe desse algum peso.

Está a estudar comunicação. Um dia será o Cláudio, o pai de Leonor Ramos?

Não sei se a Leonor quer muito este caminho de tanta exposição. Sei que quer comunicação, mas a Leonor é muito mais da comunicação empresarial, da rádio, do digital, da produção… Ela decidirá.

Muitas vezes, ser filha ou filho de alguém com uma exposição pública pode ser prejudicial. Que cuidados teve para que isso não acontecesse?

Não há episódios que a tenham prejudicado por o pai ser conhecido, da minha parte. A família toda foi passando a mensagem de normalidade e resguardando quando achávamos que era importante resguardar.

Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Arquivo Impala