
"A sua obra revela uma capacidade extraordinária para comunicar de forma precisa e direta novas ideias em que se incorporam tradições filosóficas do oriente e do ocidente", escreveu o júri na ata com a decisão de atribuição do prémio a Byung-Chul Han.
Para os membros do júri, "a análise" de Byung-Cgul Han é "fértil e proporciona explicações sobre questões como a desumanização, a digitalização e o afastamento das pessoas".
"O seu olhar intercultural lança luz sobre fenómenos complexos do mundo contemporâneo e encontrou um amplo eco entre público de diversas gerações", acrescentou o júri, no mesmo texto.
Nascido em Seul em 1959, Byung-Chul Han estudou literatura alemã e teologia na Universidade de Munique e Filosofia na Universidade de Friburgo (ambas na Alemanha).
Foi professor na Universidade de Basileia (Suíça) e na Universidade de Belas Artes de Berlim.
"Considerado um dos filósofos contemporâneos mais destacados, Byung-Chul Han tem dedicado as suas reflexões, sobretudo, ao que denomina 'sociedade do cansaço'" e "'sociedade da transparência'", assim como ao conceito de "'shanzhai', um neologismo com que identifica os modos de desconstrução nas práticas contemporâneas do capitalismo chinês", lê-se num comunicado divulgado pela Fundação Princesa das Astúrias, uma entidade espanhola com sede em Oviedo, no norte de Espanha, que anualmente atribui oito prémios em diversas áreas.
Os livros de Byung-Chul Han estão traduzidos para diversos idiomas, incluindo português, e são publicados em Portugal pela editora Reógio D'Água.
O Prémio Princesa das Astúrias de Comunicação e Humanidades 2025 foi o primeiro deste ano anunciado pela fundação com o mesmo nome.
Nas próximas semanas serão anunciados os prémios nas áreas das Artes, Desporto, Ciências Sociais, Letras, Cooperação Internacional, Investigação Científica e Técnica e Concórdia.
Cada um dos prémios tem um valor monetário de 50.000 euros e a cerimónia de entrega decorrerá em outubro.
Os Prémios Princesa das Astúrias - que este ano celebram a 45.ª edição - distinguem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário" realizado por pessoas ou instituições a nível internacional.
O prémio para a área da Comunicação e Humanidades reconhece "o trabalho de cultivar e aperfeiçoar as ciências e as disciplinas consideradas como atividades humanísticas", assim como áreas relacionadas com os meios de comunicação "em todas as suas expressões".
Em anos anteriores, receberam este prémio a realizadora, desenhadora e ativista iraniana Marjane Satrapi (2024), o filósofo, escritor e professor italiano Nuccio Ordine (2023); o jornalista e escritor polaco Adam Michnik (2022) do Livro de Guadalajara (México) e o Hay Festival of Literature & Arts (2020), O Museu do Prado (2019); o autor argentino criador da personagem Mafalda, Joaquín Salvador Lavado "Quino" (2014) e a fotógrafa norte-americana Annie Leibovitz (2013), entre outros.