O número de portugueses que detinha criptoativos em 2024 acendia a mais de dois milhões, o que significa que cerca de um em cada cinco possui um destes ativos digitais. Nos últimos cinco anos, o país teve um aumento de 122% em proprietários de criptomoedas, o que equivale a mais 1,1 milhões de pessoas.
Os dados em questão foram divulgados nesta terça-feira através de um estudo da HelloSafe – uma plataforma de comparação de produtos financeiros – e abrangem 56 países ao redor do mundo. Em destaque ficaram o Canadá e a Alemanha, que apresentaram um aumento de 225% em pessoas detentoras de criptoativos. Em segundo lugar, com uma subida de 220%, aparecem os Estados Unidos da América. Também acima dos 200% ficaram os Emirados Árabes Unidos, a Suécia e o Paquistão. No fundo da tabela, por outro lado, aparece a Colômbia, com uma redução de 33%, a China, com uma quebra de 18% e o Peru, que viu uma baixa de 7%.
Uma larga parte dos países visados tiveram uma duplicação, ou perto disso, do número de donos de criptomoedas. A Turquia destaca-se como o país com maior percentagem de população detentora deste ativo digital, alcançando 47% em 2024, seguida pela Tailândia, onde este indicador chega aos 44%. Em terceiro lugar temos a Argentina a registar 30% da população com criptomoedas na sua carteira. No contexto europeu, a Turquia é o único país que supera Portugal em percentagem da população detentora de criptoativos, com a Suíça colada, em terceiro lugar, na marca dos 19%.
MiCA em ‘standby’
Ao mesmo tempo que o número de adeptos deste tipo de ativo aumenta, a regulação mantém-se lenta, com o novo Regulamento Europeu sobre o Mercado de Criptoativos (MiCA, na sigla em inglês) a não ter ainda aplicação prática em Portugal. No início do mês passado, o Banco de Portugal (BdP) denunciou que, apesar da entrada em vigor a 30 de dezembro de 2024, o Governo português não elaborou ainda o diploma de execução da legislação europeia, impossibilitando a sua aplicação em território nacional. Questionado pelo Jornal PT50 sobre datas previstas para deste diploma, o Ministério das Finanças esclarece que está a aguardar pelo “ponto de situação do processo legislativo”.
O BdP alertou, na mesma altura, que não ia aceitar mais pedidos de entidades para prestação de serviços neste domínio, pois “não está habilitado a receber e apreciar pedidos de autorização para prestação de serviços de criptoativos”. O banco central esclareceu também que as entidades que já operavam a 30 de dezembro podem continuar a fazê-lo normalmente. Está também por saber qual será o período transitório a que estas empresas terão direito para se adequarem ao MiCA, pois esse período é definido pelo documento em falta.