A start-up portuguesa PayCritical, fundada em 2019 por Hugo Hilário, está pronta para se internacionalizar. Com a solução de checkout rápido e seguro para o universo HoReCa, lançada em 2022, vai ganhar escala do outro lado do Atlântico. Através de uma parceria com um banco sediado em São Paulo, que a empresa prefere ainda não divulgar, a plataforma deGrazie vai estar disponível para um universo de dois mil clientes HoReCa no Brasil.
“Este banco quer incorporar na sua oferta de soluções de pagamento a nossa solução sem custo acrescido para os seus clientes. Ou seja, no Brasil, qualquer cliente que hoje trabalhe com esta entidade vai ter acesso a uma solução de faturação, de pagamentos e de gestão integrada sem qualquer custo extra”, explica Hugo Hilário.
A arrancar para uma fase de integração no verão de 2025, para adaptar a plataforma aos requisitos específicos do país, o objetivo é disponibilizar a solução portuguesa do outro lado do Atlântico no verão de 2026.
Mas o que chamou a atenção do banco brasileiro nesta solução de pagamentos, para a querer disponibilizar aos seus clientes? “A plataforma é completamente autónoma, stand alone. Os restaurantes não precisam de ter mais nenhuma outra plataforma, ou seja, com a nossa solução, conseguem faturar, conseguem receber pagamentos, conseguem gerir a operação do espaço”, explica Hugo Hilário, acrescentando que desenvolveram a solução “ao melhor nível do que se faz a nível mundial”.
Como funciona
Com um código QR disponível em cada localização pretendida, por exemplo na mesa de um restaurante, os clientes acedem ao menu digital do espaço e podem realizar o seu pedido. Após a refeição, acedem novamente ao código QR, com o seu telemóvel, para efetuar o pagamento. Neste processo, podem optar por pagar a conta na totalidade ou escolher dividir a conta, através de Apple Pay, Google Pay, MB WAY ou cartões de refeição. E podem ainda adicionar uma gorjeta, se assim o desejarem.
Para conseguirem monitorizar os pedidos e pagamentos, os funcionários do espaço têm uma aplicação que mostra informação em tempo real. Com isto tudo, a plataforma digital promete poupar ao cliente entre 10 a 15 minutos, no momento do pagamento, e libertar os funcionários para outras tarefas.
O modelo de negócio assenta em dois tipos de relação com o cliente. Ou por subscrição mensal, caso a plataforma seja utilizada apenas para faturação e gestão do espaço. Ou por pagamento de comissão por transação, caso o cliente utilize o sistema completo, ou seja, para gerir também os pagamentos.
Nova ronda de investimento na mira
Em Portugal, estão para já em grandes cidades como Lisboa e Porto e no Algarve. “Somos essencialmente uma empresa tecnológica de engenharia. Não temos equipa comercial e estamos neste momento assentes nesta dinâmica de viralização da solução”, explica o fundador da PayCritical, que refere que a empresa se está a preparar para uma nova ronda de investimento para escalar o negócio.
Após uma ronda de investimento em 2021, onde angariaram 400 mil euros, através de ‘business angels’ e de uma ‘venture capital’, a start-up prepara-se agora para, assessorada pela Advisory Services Capital, captar novo investimento “fundamental para esta expansão”, sublinha o empreendedor. A expansão para o Brasil não depende desta captação de capital, mas “correrá bastante melhor se conseguimos ter a ronda de investimento, porque vamos estar bastante mais musculados”, refere.
Um desenvolvimento futuro passa por facultar também máquinas para os clientes que queriam pagar da forma mais tradicional, com cartão bancário. “Acreditamos que temos que dar também essa componente, pois cada ouvimos cada mais esta tendência de as pessoas quererem deixar os smartphones para não estarem sempre ligados e a utilizar o telefone”, refere.