
Numa nota intitulada "Contagem decrescente para a recessão" foi revista a previsão, após "um forte aperto das condições financeiras, um boicote por parte dos consumidores estrangeiros e um aumento contínuo da incerteza política".
A entidade já tinha aumentado a sua estimativa de 20% para 35% no início da semana passada, mas as taxas anunciadas por Donald Trump foram superiores ao esperado, o que está a desencadear uma onda de vendas nos mercados globais e a queda das bolsas internacionais que levaram a uma revisão da previsão.
O plano tarifário de Trump, que manteve os mercados em espera nas últimas semanas, envolve uma tarifa global de 10% e taxas mais elevadas noutros países e blocos.
Entre as tarifas anunciadas por Trump, destacam-se 20% para as importações europeias, 34% para as importações chinesas e 26% para a Índia.
A tarifa mínima global de 10% entrou em vigor no sábado e aquela que Trump chama de "recíproca", que se soma a essa taxa, entrará em vigor no dia 09 de abril.
Os analistas do Goldman esperavam que a Casa Branca anunciasse inicialmente uma tarifa mais agressiva e depois a reduzisse.
Além disso, o Goldman Sachs reviu em baixa as previsões de crescimento económico dos EUA em 2025 de 1,5% para 1,3%.
Desde que Trump anunciou o seu plano tarifário, os principais bancos de investimento aumentaram as previsões para o risco de recessão nos EUA: o JPMorgan coloca essa probabilidade em 60%, o S&P Global em 30-35% e o HSBC em 40%.
Da mesma forma, o Goldman Sachs espera que a Reserva Federal (Fed) dos EUA reduza as taxas de juro em 25 pontos base cada, em três reuniões consecutivas com início em junho.
O presidente da Fed, Jerome Powell, já assumiu na semana passada que as novas tarifas deverão acelerar a inflação e abrandar o crescimento económico, mas salientou que o foco do banco central será manter os aumentos de preços temporários.
"A nossa obrigação é [...] garantir que um aumento único no nível de preços não se torne um problema contínuo de inflação", disse Powell.
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