De acordo com o relatório integrado das contas relativas a 2024, publicado hoje na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Filipe Silva, que se demitiu da presidência executiva este ano, foi o elemento mais bem pago da Comissão Executiva, com um total de 1,7 milhões de euros brutos, dos quais 980 mil euros de remuneração fixa e o restante repartido entre remuneração variável e Plano Poupança Reforma (PPR).

A demissão do gestor, em 07 de janeiro, decorreu após ter sido noticiado que estava a ser investigado pela comissão de ética da Galp por eventual conflito de interesse, após uma denúncia anónima sobre uma relação pessoal com uma diretora de topo.

O administrador executivo Georgios Papadimitriou ganhou perto de um milhão de euros ilíquidos em 2024, dos quais 504 mil de remuneração fixa.

Aliás, excluindo Filipe Silva, todos os gestores executivos tiveram uma remuneração fixa no valor de 504 mil euros, incluindo Maria João Carioca e João Diogo Silva, que assumiram interinamente a liderança da petrolífera após a renúncia de Filipe Silva.

No entanto, somando a remuneração variável, João Diogo Silva auferiu um total de 957 mil euros brutos, um valor superior aos 843 mil euros ganhos pela administradora financeira. Na base da diferença está o pagamento de 113,6 mil euros a João Diogo Silva na rubrica "Outros", onde estão incluídos benefícios como subsídio de alojamento, subsídio de educação e outros custos de saída.

Por fim, Rodrigo Vilanova e Ronald Doesburg ganharam, ambos, 843,6 mil euros sem descontos.

O total da remuneração paga aos executivos da Galp no ano passado inclui ainda o pagamento de 406 mil euros de "incentivos de longo prazo" a Andy Brown, ex-CEO que renunciou ao cargo com efeitos a partir de 31 de dezembro de 2022, bem como de 174,5 mil euros relativos a subsídios e/ou custos de saída do seu antecessor, Carlos Gomes da Silva.

No que toca ao Conselho de Administração, os custos totalizaram 950 mil euros, com a presidente, Paula Amorim, a renunciar, novamente, à sua remuneração, direcionando-a para a Fundação Galp.

Os restantes 12 elementos, entre os quais Adolfo Mesquita Nunes, Jorge Seabra de Freitas, Marta Amorim, Javier Cavada ou Fedra Ribeiro, receberam uma remuneração fixa bruta entre 48 mil e 108 mil euros.

No ano passado, a Galp registou lucros de 961 milhões de euros, uma queda de 4% em relação ao período homólogo.

Analisando só o último trimestre do ano passado, o resultado líquido da Galp caiu 75%, para 71 milhões de euros, indicou ainda o grupo.

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