O Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou a previsão de crescimento para Cabo Verde, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, deteriorando as projecções para Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

No relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais para a África subsaariana, divulgado nesta Sexta-feira, no âmbito dos Encontros da Primavera do Banco Mundial e do FMI, os economistas do Fundo fazem a maior revisão em Moçambique, que passou de uma previsão de crescimento de 4,3%, em Outubro de 2024, para 2,5% agora, no seguimento dos confrontos pós-eleitorais, no final do ano passado.

O FMI está, por outro lado, mais otimista sobre o crescimento de Cabo Verde, prevendo que o arquipélago cresça 5% este ano, mais do que os 4,7% previstos em Outubro, e sobre a Guiné-Bissau, que regista uma ligeira subida, de 5% para 5,1%.

Para a Guiné Equatorial, existe uma melhoria da previsão, mas o mais recente país lusófono continua mergulhado na recessão, embora a previsão melhore de – 4,8% para – 4,2%.

Em sentido contrário, o FMI prevê que Angola cresça apenas 2,4%, quando em Outubro previa 2,8%, e para São Tomé e Príncipe é feita também uma revisão em baixa, mas ainda assim ligeira, de 3,3% para 3,1%.

Angola, a maior economia lusófona em África, diz a Lusa, deverá registar um significativo abrandamento do crescimento económico, que no ano passado tinha tido uma expansão de 4,5%.

A nível regional, o FMI reviu em baixa a previsão de crescimento em três décimas, para 3,8% este ano, devido às “alterações repentinas nas perspectivas mundiais”, que interromperam a dinâmica de crescimento.

“Embora o crescimento em África dê mostras de alguma resiliência face a múltiplos choques, as alterações repentinas nas perspectivas mundiais interromperam a dinâmica de crescimento”, lê-se numa declaração divulgada no final da reunião entre a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e o Grupo de Governadores Africanos, liderado pelo ministro das Finanças e Orçamento da República Centro-Africana, Hervé Ndoba.

“As ações de política resolutas adotadas para baixar a inflação, estabilizar a dívida pública e reduzir os desequilíbrios externos arriscam-se a ser anuladas por choques futuros”, afirmam, acrescentando que “os riscos para as perspectivas são elevados, num contexto de grande incerteza” em que os “os Estados frágeis e afetados por conflitos enfrentam desafios particularmente graves”.

Na nota, a líder do FMI e o representante dos 12 países africanos dizem estar “resolutos na sua determinação em assegurar a estabilidade macroeconómica e financeira e, ao mesmo tempo, cumprir os objectivos de desenvolvimento económico”. Por outro lado, defendem que “os esforços de reforma a nível interno devem promover a sustentabilidade orçamental, especialmente através da mobilização de receita interna e da melhoria da eficiência da despesa”.