
Em 2024, a Comissão de Segurança Eletrónica australiana pediu às plataformas e redes sociais YouTube, Facebook, Telegram e Reddit que explicassem os esforços que estão a tomar contra a publicação de material ligado a abuso infantil e violência extremista.
O regulador disse hoje em comunicado que o Telegram respondeu com um atraso de cinco meses. A rede social deveria ter enviado as respostas antes de 06 de maio, mas só o fez a 13 de outubro.
"A transparência atempada não é um requisito voluntário na Austrália e esta ação reforça a importância de todas as empresas cumprirem a lei australiana", disse a comissária de segurança eletrónica, Julie Inman Grant.
A comissão considerou que o atraso da Telegram prejudicou o trabalho do regulador na implementação das medidas de segurança eletrónica, refere o texto.
A punição surge numa altura em que a plataforma de mensagens está sob crescente escrutínio desde que a França iniciou uma investigação, em agosto de 2024, sobre a alegada utilização da aplicação para atividades ilegais.
O fundador da aplicação, Pavel Durov, está em liberdade sob fiança e está a ser investigado por 12 crimes de disseminação de conteúdo criminoso, como tráfico de droga, pornografia infantil ou fraude, através da Telegram.
A Comissão Australiana pediu hoje às empresas tecnológicas que sejam transparentes para evitar que as plataformas sejam mal utilizadas, especialmente no que diz respeito à disseminação online de material extremista.
"Descobrir como e onde algumas destas plataformas podem estar a falhar (e também a ter sucesso) em lidar com este conteúdo é vital para proteger a comunidade e elevar os padrões de segurança em todo o setor, especialmente quando se trata deste conteúdo abominável", concluiu Grant.
O governo australiano, que aprovou em 2021 uma lei que exige a cooperação das empresas tecnológicas, tem tentado controlar as plataformas de Internet e em novembro proibiu os menores de 16 anos de aceder às redes sociais.
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