O FC Porto regressa, esta segunda-feira, às lides da Liga Portugal Betclic, na sequência da vitória europeia frente ao Midtjylland. Os azuis e brancos recebem o Est. Amadora, numa partida com início marcado para as 20h15 (horário de Portugal Continental), no Estádio do Dragão.
Este domingo, Vítor Bruno fez a antevisão da partida. Na sala de imprensa do Estádio do Dragão, o treinador dos dragões analisou o que espera do confronto com o tricolor da Amadora. Recorde-se que Iván Marcano, Marko Grujic e João Mário estão entregues ao departamento médico portista e fora das escolhas para esta partida.
Vítor Bruno em discurso direto
Estrela da Amadora: «É preciso estarmos atentos. Vêm de uma vitória moralizadora, onde começaram a perder e deram a volta ao resultado. São circunstâncias que levam a equipa para patamares de confiança elevados. Pode haver muita gente a cair no erro de olhar para os resultados na Luz e em Alvalade, mas o Estrela em vários momentos tem lances claros para se colocar novamente na luta pelo resultado e isso é um sinal de alerta para nós.
Não ganharam fora ainda, mas isso são tabus que são criados e que funcionam quase como um alimento motivacional para quem não ganhou fora ainda. Temos de entrar para ganhar ou ganhar, entrar fortes e impor o que é nosso. Vimos de um resultado para o campeonato que não nos favoreceu em nada e que nos colocou a dois pontos de distância quando devíamos estar no topo da classificação.»
Trabalho na transição ofensiva: «É um momento do jogo demasiado importante para ser ignorado. Mesmo uma equipa grande, num jogo com uma equipa que possa estar mais estacionada atrás, sabe que essa equipa tem momentos em que se expõe. Nesses momentos, temos de tentar capitalizar ao máximo para chegar à baliza com perigo. Pedimos para terem os olhos na baliza adversária. A nossa primeira intenção é chegar à baliza de uma forma rápida, descobrindo os caminhos de forma vertiginosa. Não podendo, às vezes temos de transformar momentos de transição em momentos de organização, mas sempre olhando para a baliza adversária.»
Jornada que é fator de pressão na luta pela Liga dos Campeões? «Um fator de pressão é sempre, mas vai ser assim o campeonato inteiro, mais ainda para quem está envolvido numa competição como a Liga Europa. Vamos jogar muitas vezes à segunda-feira, ao domingo ao fim do dia. Os adversários vão jogar primeiro, mas é o que é. É a realidade e não podemos controlar.
O que podemos controlar é as nossas ideias e dinâmicas e isso procuramos fazer ao máximo. Muitas vezes, mesmo controlando o que é nosso, pode aparecer algo estranho que pode fazer com que não consigamos ganhar jogos que naturalmente possam ser ganhos. É preocupar-me com o que temos de fazer. Se é pressão a mais ou a menos... Vamos jogar primeiro algumas vezes, outras vezes depois. Vai acontecer com toda a gente. Temos de olhar para dentro.»
Chave para a fortaleza no Dragão: «Não tem a ver com fortaleza ou não, mas com os jogos em si e como os conduzimos. Muitas vezes conseguimos gerir jogos por nos colocarmos rapidamente na frente do marcador e a equipa tem sido sólida a defender em vários momentos. Depende também dos adversários e como vêm alicerçados. Os campeonatos são ganhos em casa e fora, não é só num deles.
É preciso fazer muitos pontos fora e capitalizar o que é feito em casa. O passado recente também nos diz isso, onde perdemos muitos pontos em casa e depois sentimos que são decisivos nas contas finais. Se é fortaleza ou menos fortaleza... Obviamente que é muito melhor termos 50 mil pessoas a apoiar-nos e não três mil ou quatro mil quando vamos fora. Ainda assim, são sempre apoios decisivos, mas com 50 mil é sempre mais fácil.»
Declarações de Eustáquio: «Fui inteirar-me do que tinha sido dito e não consigo entender onde é que possam querer pegar em algo de diferente em relação ao que foi dito por mim e ao que foi dito pelo Stephen. O que eu percebi é que ele disse que podíamos ter feito mais, podíamos ter feito mais golos e temos de melhorar o momento de finalizar, sob pena de mais à frente não ficarmos sujeitos a pequenos erros que possamos cometer e quando podíamos ter resolvido o jogo mais cedo. Foi um bocadinho por aqui e eu também entronquei nesse aspeto. Foi uma vitória que pecou por escassa.
Agora, isto causou incómodo e não foi no balneário, mas no Stephen. No dia a seguir, de manhã, veio ter comigo e estava verdadeiramente incomodado porque quiseram fazer um problema daquilo que ele disse. Não foi um problema. O que ele disse, eu também o disse aqui. Agrada-me muito este sentimento de exigência, dos jogadores sentirem que podem fazer mais. É a cultura que queremos cultivar aqui dentro e que faz parte da essência FC Porto.»
Momento de Otávio quando esteve afastado: «Eu penso que ele também aflorou esse tema no final do jogo de quinta-feira e até enalteceu duas pessoas que são realmente importantes no seio do clube, a Dr.ª Vera e o Dr. Luís André. São duas pessoas excecionais e muito competentes, que têm feito um trabalho muito meritório com o Otávio. Não é mérito apenas meu e da equipa técnica, mas de muitas pessoas que têm um papel de relevo nas diferentes áreas de intervenção que temos ao serviço do clube.
São ferramentas a que temos de recorrer sem qualquer tipo vergonha, sem sentimentos de fraqueza. A maior força do ser humano é aceitar a sua imperfeição e perceber que é preciso saber viver com ela e integrá-la. Quando não temos ferramentas suficientes para o fazer, temos de recorrer a quem é especializado. É uma área que a mim me cativa muito. A minha mãe é licenciada em Ciências da Educação, a minha irmã é licenciada em Psicologia... É uma área que me diz muito e com a qual convivo desde cedo, porque sei que tem uma influência muito grande no rendimento das pessoas.
O Otávio teve a capacidade e a humildade de perceber que, num determinado momento, necessitou de recorrer a essas ferramentas e fê-lo muito bem. É algo que sinto que é necessário não só no Otávio, mas em qualquer Otávio. Hoje em dia andamos demasiado asfixiados com a rotina diária, o consumismo que vemos, a falta de tempo que temos, os problemas que nos criam... O Otávio teve essa capacidade e percebeu que era necessário algo mais para lhe aportar valências que lhe permitissem lidar com um problema. Fê-lo bem, há muitos jogadores que recorrem a esses serviços e o clube está muito bem munido. Só faz bem as pessoas utilizarem quem está ali permanentemente à disposição dos jogadores para elevarem o rendimento deles.»