Um gigante vergado na Luz, a valorização de Darwin Núñez e uma das melhores exibições do take 2 de Jorge Jesus no Benfica. A 29 de setembro de 2021, o Benfica bateu por 3-0 o Barcelona, no momento mais especial de uma campanha milionária que terminou nos quartos de final.
Três anos passaram e o reencontro entre as equipas, em casa das águias, está marcado para esta terça-feira. Num espelho do futebol moderno, poucas são as caras que seguem em ambos os conjuntos.
Capitão e jovens, os únicos resistentes
Muito ativo nos últimos mercados, o Benfica vive uma era de constante mudança nas suas equipas. Prova disso, apenas o capitão Nicolás Otamendi resiste dos 18 jogadores que estiveram nessa ficha de jogo. Tomás Araújo e Tiago Gouveia, ainda numa fase precoce de afirmação, são os outros elementos do atual plantel que tiveram minutos em 2021/22.
No Barcelona, mais elementos repetem-se, mas números longe para utilizarmos a palavra estabilidade. Ter Stegen, Ronald Araújo, Eric García, Pedri, Frenkie de Jong, Iñaki Peña e Pablo Gavi são os elementos que continuam clube e estiveram convocados no 3-0 acima referido.
Neste ciclo agitado, existem pontos parecidos entre encarnados e catalães. Jorge Jesus e Ronald Koeman não chegaram a terminar essa temporada como treinadores dos clubes, que não viveram épocas felizes a nível interno.
O cenário mudou em 2022/23, temporada em que Roger Schmidt e Xavi Hernández guiaram Benfica e Barcelona aos triunfos nas Ligas Portuguesa e Espanhola, respetivamente.
Após desilusão na campanha transata, novos homens encontram-se atualmente no leme dos clubes. Bruno Lage é um velho conhecido dos ares da Luz, enquanto Hansi Flick foi uma aposta arrojada e fora do tradicional ADN Barça.
O alemão deu nervo e Rock and Roll a um emblema que estava habituado a um estilo de jogo mais pausado. Dominar continua a ser objetivo, com ousadia na forma de defender - nem sempre afinada e de risco - e no posicionamento das linhas, das mais altas do futebol moderno. A equipa tem sido também destemida nos momentos de transição, onde elementos como Raphinha e Lamine Yamal são perigos à solta.
Os extremos ainda não estavam na equipa em 2021, cenário igual a Robert Lewandowski. O conjunto atual, sem dúvida, tem mais talento ofensivo e vai desafiar de outra forma o Benfica, que conseguiu não sofrer nos dois jogos anteriores frente aos catalães.
Pelas contas na atual Liga dos Campeões, pontuar é de maior importância para o Benfica. Porém, apesar de ter garantido um lugar no play-off, o Barcelona tem em aberto a possibilidade de fechar já o apuramento para os oitavos de final, evitando a realização de dois jogos numa época de calendário recheado.
Em teoria, um Barcelona de mais argumentos vai estar pelo caminho esta terça-feira. Seja por 2021 ou a goleada já aplicada a um grande espanhol esta época, no entanto, há muito para os homens de Bruno Lage agarrarem-se em busca de motivação.