Na antevisão ao jogo com o Sporting, que se realiza domingo [18:00] em Alvalade, Tozé Marreco, treinador do Farense, deixou muitos elogios à qualidade individual e coletiva do adversário e a Rui Borges, afirmando que que a «organização» que a equipa tem apresentado e a «intensidade», têm que «estar no limite», para tentar conquistar pontos diante dos leões.

Sem jogadores castigados, o Farense vai entrar em Alvalade (quase) na máxima força: Ângelo Neto e André Seruca são os únicos que estão em dúvida, devido a condicionantes físicas. Zé Carlos (médio, ex-Vitória de Guimarães), Rui Costa (ex-Tobol) e Yusupha (avançado, ex-Al Markhiya (Qatar) já estão inscritos e aptos a ir a jogo, caso Tozé Marreco assim o entenda. O treinador deu a volta à questão sobre essa possibilidade.

- Nos últimos quatro jogos o Farense empatou três e perdeu um, com que expectativa vai defrontar o Sporting que depois da última jornada volta a ter seis pontos de avanço para o segundo classificado?

«Somar pontos obviamente. Nos últimos quatro jogos somamos pontos em três, só não somámos num, temos de ver o copo meio cheio. E acho que é importante ressalvar que temos feito uma recuperação fantástica em termos daquilo que era a desvantagem pontual que tínhamos à 6.ª jornada. Sabíamos desde a semana em que cheguei que o processo de recuperação não ia ser para duas, três ou quatro semanas. Vai ser para maio que as coisas se vão resolver e, portanto, o nosso foco é continuar no trabalho, sabendo que como tínhamos tanta desvantagem pontual, qualquer derrota é um soco que levamos, e isso é inegável. Mas saber que o trabalho que os rapazes estão a fazer está a ser muito bom. E por isso já conquistámos estes pontos e que o processo e o trabalho será completado em maio. Até lá temos de ter o foco na organização que temos tido, na atitude, ir buscar pontos em todos os campos, sabendo que umas vezes vamos ter de somar um ponto, outras vezes vamos ter de somar três. Portanto, o foco é esse, sabendo que vamos jogar, neste momento, contra a melhor equipa da Liga e temos de estar preparados e estar no limite a todos os níveis, para conseguir isso.»

- O Farense poderá tirar vantagem da ausência de jogadores do Sporting devido a lesões, como Gyokeres?

«O Sporting tem muitíssimas soluções e o nosso foco não é isso, é procurar saber o que é que se pode passar e preparar o jogo em função disso, sabendo que jogadores diferentes têm características diferentes e sabendo das enormes qualidades e capacidade individual que há do outro lado para resolver os jogos a qualquer momento, e preparar-nos para isso. Há uma série de premissas e houve uma alteração na forma de jogar desde a chegada do Rui [Borges]. Deixem-me dizer isto: o Rui [Borges] tem muito mérito e é das carreiras que me dá gosto de observar. Ele chega lá por mérito, por consistência, não caiu ali de paraquedas. Tem tido um percurso que merece estar onde chegou, porque foi através de trabalho, não foi empurrado, foi por objetivos e eu identifico-me muito com isso, e por isso admiro tanto a carreira que ele tem conseguido. Portanto, desde a chegada do Rui [Borges], a forma de jogar mudou e nós estamos preparados para isso, sabendo que se estiver o Gyokeres, está, se estiver o Harder, está, se estiver o Trincão, está, ou o que quer que seja, sabendo que há jogadores, que pela capacidade individual que têm e que são diferenciados, mas saber que do outro lado está um coletivo fortíssimo, que não vai querer perder pontos contra o Farense. E nós focados muito na nossa organização, naquilo que temos feito ao longo destas semanas, que tem sido um trabalho incrível dos rapazes a nível de organização defensiva, e depois acrescentar mais coisas na parte ofensiva.»

- O Farense já garantiu cinco reforços. Alguns deles que chegaram recentemente estão prontos para ir a jogo?

«Não há jogadores que resolvam nada sozinho. Há um coletivo que vai ter de resolver o problema que temos em mão. Identificámos algumas carências no plantel em termos daquilo que eram as qualidades individuais e que precisávamos de reforçar. Uma premissa foi sem pressa, e que sempre nos batemos foi para ter jogadores que sabiam para o contexto onde vinham, ou seja, a realidade do futebol português e da Liga. E isso para mim é muito importante, esse conhecimento da realidade. Portanto, são jogadores que se têm de preparar, que vão estar inseridos num grupo muito forte e que era preciso também acrescentar ainda mais alguma competitividade à equipa, a nível de posições, acrescentar características diferentes no meio-campo que não tínhamos e acrescentar outras coisas na parte ofensiva, porque também não as tínhamos. Era inegável que precisávamos de outro tipo de características na frente e é isso que estamos a fazer.»