Escorrega a águia? Aproveita o leão! Este sábado, o Sporting dilatou a vantagem no topo da tabela ao vencer o Nacional, por 2-0, na 19ª jornada da Liga Portugal Betclic. Trincão, com um golaço, e João Simões, em estreia na lista dos marcadores, colocaram os rivais, para já, a seis e a sete pontos do campeão nacional.
Para o segundo duelo da segunda volta, Rui Borges devolveu a titularidade a Gyokeres, após duas partidas onde começou no banco de suplentes. Morita e Bragança, igualmente a contas com pequenos problemas físicos, também regressaram ao onze - o segundo, para o lugar habitualmente ocupado por Trincão, que descaiu à direita para poupar Geny.
Já Tiago Margarido surpreendeu com a aposta em Chiheb Labidi - apenas 120 minutos até esta noite - e, na ausência de Djibril Soumaré, montou o meio-campo com Bruno Costa, Matheus Dias e Luís Esteves.
Em Alvalade, largos minutos antes do apito inicial, houve espaço para festejos - inesperados e efusivos. O terceiro golo do Casa Pia colocou uma pedra sobre o resultado em Rio Maior, tombou a águia e despoletou uma onda de alegria evidente e natural no reino do leão. Hipótese perfeita para a liderança ficar ainda mais verde e branca.
Ouve quem te quer bem
Como os lugares na tabela assim o exigiam, o Sporting entrou por cima, mais dominante e com mais bola no último terço. Quenda e Maxi desequilibraram pela esquerda, mas nunca assustaram verdadeiramente Lucas França nos primeiros minutos.
Do outro lado, o Nacional optou por se manter coeso atrás. Com pouco espaço concedido entre linhas, os alvinegros complicaram a vida aos leões, que nunca tiveram muito tempo para pensar e visar a baliza madeirense. Já no processo ofensivo, foram inconsequentes, erráticos na tomada de decisão e, por isso, Rui Silva nunca passou de um mero espetador.
Com o passar do tempo, mesmo com facilidade em chegar a zonas de finalização, os comandados de Rui Borges foram tímidos no capítulo do remate. Os milhares de treinadores de bancada em Alvalade insurgiram-se gritando, por várias vezes, "chuta" aos jogadores, mal existia uma nesga de espaço.
Perto do intervalo, para evitar que o treinador principal repetisse o mesmo no balneário, Francisco Trincão seguiu o conselho e, do meio da rua, com algum espaço, abriu o marcador. Um monumento - a fazer lembrar os de Jeremy Mathieu, que esteve presente nas bancadas - e o Sporting na frente.
Gerir e estrear
Como perdido por um resulta no mesmo que perdido por dois ou três, o Nacional subiu linhas e chegou mais perto da área contrária. Rui Silva continuou sem grandes trabalhos pela frente, mas foi chamado a intervir pela primeira vez, numa saída a soco.
Sem querer perder o ímpeto, os leões voltaram a chatear a defesa contrária - e logo com um susto daqueles. Fresneda, qual ponta de lança, apareceu no coração da área e desviou um cruzamento da esquerda para uma defesa apertada de Lucas França.
Daí em diante, gestão: pura, dura e nem sempre bem feita. As bancadas ainda tentaram empurrar o Sporting para uma vantagem mais folgada, mas faltou acerto no passe, no drible, intensidade... Características de uma equipa visivelmente cansada.
Numa altura em que o Nacional assustou, Rui Borges arriscou ao tirar Gyokeres e Trincão. No entanto, o golo da tranquilidade surgiu mesmo por aí. Acabado de entrar, João Simões aproveitou um ressalto e estreou-se a marcar pela equipa principal. 2-0, jogo fechado.
Os adeptos pediam o Sporting campeão. De momento, a única certeza é que só os leões dependem exclusivamente de si para chegarem ao título.