Tiago Pereira, o melhor tenista algarvio da atualidade, assegurou ontem (quinta-feira) a sua entrada direta no quadro principal do 5.º Open Internacional de Ténis de Vila Real de Santo António. Junta-se a Gastão Elias, Frederico Silva e Pedro Araújo que já tinham garantido anteriormente o seu lugar.
Haverá assim, pelo menos, "sete portugueses no quadro, pois a Federação Portuguesa de Ténis (FPT) irá ainda anunciar quais os contemplados com os três 'wild cards' disponíveis", disse Rui Machado, o diretor-técnico e selecionador nacional.
Os 5.º e 6.º Opens Internacionais de Ténis de Vila Real de Santo António, de 9 a 23 de fevereiro, foram ontem apresentados oficialmente na Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (CMVRSA) e contou com as presenças do próprio atleta Tiago Pereira; do presidente da CM de VRSA, Álvara Araújo; do vice-presidente com o pelouro do Turismo, Ricardo Cipriano; do vereador do Desporto, Álvaro Leal; do presidente do Clube de Ténis de Vila Real de Santo António, Vítor Palma; e do diretor de torneio, Ricardo Ribeiro.
"Esta série de seis torneios que iremos ter no Algarve é muito importante, a começar por estes dois em Vila Real de Santo António, um sítio com bastante história. A FPT está igualmente a fazer um excelente trabalho, ao fazer vários torneios para que possamos caminhar no ranking mundial", disse o jovem de 20 anos.
No ano passado, foi oitavofinalista e desta feita deseja ir mais longe, até porque, depois disso, em 2024, conquistou os seus dois primeiros títulos no ITF World Tennis Tour (ITF WTT), embora de nível M15. Em torneios M25, como estes de Vila Real de Santo António, o melhor que fez foi quartos de final.
"Quero ir o mais longe possível. Vou ser humilde, mas vou tentar fazer melhor do que no ano passado", disse Tiago Pereira, que ocupa a sua melhor posição de sempre no ranking mundial (502.º).
Contudo, não deixou de admitir que os triunfos de Henrique Rocha em 2023 e de Jaime Faria em 2024 são um fator de motivação suplementar. De certa forma, essas vitórias foram rampas de lançamento: "Conheço muito bem o Henrique e o Jaime, sou amigo deles e pode ser que um destes anos seja eu a ganhar aqui".
Quem viu-se forçado a desistir mesmo antes do início do torneio foi Duarte Vale, com uma rutura abdominal de dois centímetros que limita a sua pancada de serviço. Pode ser que esteja pronto para a segunda semana em Vila Real de Santo António.
Entretanto, Francisco Rocha e Diogo Marques ainda poderão entrar diretamente no quadro, estão apenas um e dois lugares fora, respetivamente e poderá haver ainda mais desistências.
De qualquer forma, se ficarem de fora, serão os grandes candidatos a receberem convites da FPT, tal como o algarvio Tomás Luís.
Os Opens são organizados pelo CTVRSA, com o apoio da FPT e da CMVRSA. Desenrolam-se no Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António, contam para o ranking mundial do ATP Tour, embora estejam integrados no ITF WTT, o calendário profissional da Federação Internacional de Ténis. Cada prova distribui 30 mil dólares em prémios monetários (quase 29 mil euros), uma subida de 5 mil dólares.
Dos discursos na cerimónia de abertura, destaca-se a promessa do autarca Álvaro Araújo de prosseguir com o projeto no futuro: «Somos e vamos continuar a ser parceiros do CTVRSA. Estamos disponíveis para pensarmos num torneio mais ambicioso e queremos que o clube tenha cada vez melhores condições».
Eis outras declarações relevantes da apresentação oficial dos Opens:
Presidente da CMVRSA, Álvaro Araújo – "Durante duas semanas, VRSA será a capital do ténis em Portugal, trazendo grandes nomes do ténis nacional e jogadores internacionais à nossa cidade. (…) Somos uma terra de campeões e formamos campeões. Quem nos visita e vêm cá competir ou praticar, sai daqui campeão. Lembro-me do Henrique Rocha vencer aqui o seu primeiro torneio".
Vice-presidente da CMVRSA, Ricardo Cipriano – "Dou os parabéns ao CTVRSA por ser persistente nesta iniciativa de trazer-nos o início da época dos torneios do ITF WTT em Portugal. (…) Este investimento insere-se na estratégia de promoção, enquadrada no Conselho Estratégico da Taxa Turística que envolve, não só a CMVRSA, mas também as unidades hoteleiras. Durante duas semanas, muita gente, não só jogadores, mas também treinadores, assistentes técnicos, árbitros, equipas médicas, ficarão no nosso concelho. (…) Nos primeiros 15 jogadores do quadro principal vemos 15 nacionalidades diferentes. Vêm para competir, mas também para desfrutarem da nossa oferta e este território tem condições únicas para recebermos cada vez mais atletas".
Vereador do Desporto da CMVRSA, Álvaro Leal – "Tenho a certeza de que muitos jovens, ao verem estes atletas, irão certamente apaixonar-se pela modalidade. Acho que (nestes anos) temos conseguido isso. (…) Quando tomámos posse, quisemos fazer algo de diferente no ténis. Conseguimos recuperar o torneio internacional e levá-lo a um patamar que nunca houve em VRSA. E o certo é que agora vamos já para as 5.ª e 6.ª edições".
Presidente do CTVRSA, Vítor Palma – "A nossa ambição é transmitirmos aos nossos jovens que sigam e que pratiquem esta modalidade. Que acreditem que um dia poderão estar aqui. Em dois ou três anos, acreditamos que poderemos ter atletas locais a, pelo menos, jogarem a fase de qualificação. (…) Estamos com um leque de grandes jogadores. O primeiro torneio está forte, mas o segundo está muito forte".