A seleção nacional feminina concentrou-se, esta segunda-feira, para preparar o duplo confronto com Espanha, a contar para a Liga das Nações. Tatiana Pinto foi a primeira porta-voz do grupo, em conferência de imprensa.

A média do Atlético Madrid deixou elogios à seleção espanhola e recebeu com agrado os elogios dirigidos por Montse Tomé, selecionadora da Roja, à equipa lusa. A centrocampista recordou ainda o último confronto entre as duas equipas e o caminho que Portugal percorreu desde então.

Tatiana Pinto em discurso direto

Análise à Espanha: «É uma seleção que dispensa apresentações tanto para mim, como para toda a gente. É um duelo ibérico, acho que nunca aconteceu neste contexto de Liga das Nações. É um jogo que toda a gente quer jogar. São as campeãs do mundo, com as melhores jogadoras do mundo. É um privilégio estarmos aqui e termos a oportunidade de jogar contra elas. Creio que todas pensamos assim. Jogarmos contra as melhores também nos aproxima de sermos melhores e é isso que tem acontecido ao longo dos anos. Temos tido a oportunidade de jogar com seleções acima de nós no ranking, que não significa que o sejam na prática, porque temos crescido imenso. Vai ser um duelo giro. Respeitamos muito o adversário, sabemos que são as melhores do mundo e vamos com essa humildade de as respeitar, mas de mostrar o que conseguimos fazer contra as melhores do mundo.»

Peso da experiência nestes jogos: «Felizmente, temos outras jogadoras a jogar em Espanha e todas podemos trazer um bocadinho de experiência e dar uma ou duas dicas à equipa. Em relação às lesões [Kika e Jéssica], fico muito triste. São colegas de equipa e estar lesionada nunca é bom. Acima de tudo, confio em todas as que aqui estamos. O coletivo é o mais importante. Obviamente, fico triste pela ausência delas, são duas jogadoras importantes. A Lúcia também. Mas esta equipa está habituada a colocar o coletivo sempre em primeiro lugar e não vai ser diferente. Todas elas vão estar a apoiar-nos e vamos sentir o apoio delas.»

Elogios de Montse Tomé: «Acho que as declarações são o reconhecimento do que tem sido o nosso crescimento e os bons resultados que temos vindo a ter contra as melhores seleções do mundo. É sinal de respeito, fico feliz e orgulhosa por tomar conhecimento dessas palavras. O nosso foco e a nossa linha são os mesmos: olhar para a seleção de Espanha exatamente como o que são, as melhores do mundo. Para nós, é um privilégio jogar contra elas. Só assim é que se cresce no futebol e na vida. É uma seleção que dispensa apresentações. Sabemos o tipo de jogo que gostam de jogar e é muito semelhante ao que também gostamos de praticar. Gostamos de ter bola e de dominar, somos duas seleções dominantes quando estamos nos nossos melhores momentos.»

Contacto com a nova direção da FPF: «O contacto que temos é de máximo apoio à seleção e de continuarmos o nosso caminho.»

Apelo aos adeptos: «Os adeptos têm sido, nos últimos anos, peça fundamental para nós. Nós sentimos o carinho e a energia vinda das bancadas. Jogar no Norte, não desfazendo Lisboa e as outras zonas do país, tem sido uma maravilha para nós. Há sempre casa cheia, o público é muito enérgico e dá muita força. Espero uma casa cheia em Paços de Ferreira. Temos boas recordações de lá e espero que se repita.»

Último confronto: «Mudou muito desde então. Creio que foi no EURO 2017, nos Países Baixos. Mudámos muito. Foi um jogo difícil, muito complicado. Já passaram alguns anos, nós crescemos muito como equipa e a jogadora portuguesa está a valorizar-se cada vez mais. Fico contente com isso, estamos no lugar onde merecemos estar. Estamos num contexto diferente, num momento completamente diferente. Estamos aqui para consolidar o nosso lugar na Liga A, que se calhar há uns anos era impensável. Digo que mudou muita coisa, mas mudou para melhor e hoje já se pode sonhar.»