Luis Suárez contou numa entrevista ao canal 'DSports' que o convívio dos jogadores da seleção do Uruguai com o treinador Marcelo Bielsa não é fácil. O avançado do Inter Miami, que há um mês anunciou o adeus à equipa nacional, relatou algumas situações caricatas vividas com o técnico de 69 anos, também conhecido 'El Loco'.

"Houve situações na Copa América que nos doeram. Mas tivemos de nos calar, por respeito à seleção", contou Suárez. "Estávamos um dia a treinar em Nova Iorque, havia adeptos no hotel à nossa espera há umas quatro ou cinco horas e quando o autocarro chegou, o o treinador disse-nos que não falássemos com as pessoas, que seguíssemos em frente."

O jogador conta que se rebelou: "Como capitão, por respeito aos adeptos, disse aos jogadores, 'rapazes, paramos'. Estivemos uns 15 ou 20 minutos com eles. No dia seguinte, numa palestra disse-nos que o uruguaio é isto, que é aquilo, que jogamos pelas pessoas... Olhámos uns para os outros e pensámos 'jogamos para as pessoas? Ainda ontem nos disse para não falarmos com os adeptos...'"

Suárez recordou também uma conversa que teve com o treinador, em que, em prol da paz no seio da equipa, lhe afiançou que a equipa estava com ele. "Sento-me à sua frente, falo uns cinco ou seis minutos, olhando-o na cara, dizendo-lhe que os jogadores estavam com ele, que íamos respeitar as decisões que tomasse. Olhou-me e disse apenas 'obrigado Luis'. Levantei-me e fui embora. Não me respondeu mais nada." 

"Às vezes é fácil falar, as pessoas ouvem aquilo que querem ouvir, mas por vezes as histórias não são verdadeiras e isso dói-me. Dói-me ver o que está a acontecer hoje. Muitos jogadores fizeram uma reunião para pedir ao treinador para pelo menos dizer-nos bom dia... Não nos cumprimentava", acrescentou Suárez, afiançando que muitos futebolistas lhe confidenciaram depois da Copa América que não queriam voltar à seleção.