A poucos dias da Final Four da Taça da Liga, que coloca frente a frente o Sporting e o FC Porto na primeira meia-final, os antigos craques Luís Lourenço e Rui Barros, representantes dos dois clubes no Allianz Cup Day, partilharam as suas visões sobre o clássico e o impacto que este duelo poderá ter no futuro das equipas.

A equipa Legends do FC Porto foi derrotado nas meias-finais da Taça da Liga Legends pelo Sporting. Lourenço marcou o único golo, aos 22 minutos, selando a vitória por 1-0, em partida disputada no miniestádio da Arena Liga Portugal. João Pinto iniciou o jogo com Helton (guarda-redes), Ricardo Silva, Ricardo Costa, Rolando e Rui Barros. Durante o encontro, também participaram Bruno Vale (guarda-redes), Nuno André Coelho, Cintra, Djalma, Hélder Barbosa, Marek Cech e Bruno Moraes. Já o Sporting, treinado por Rui Maside, alinhou com Beto, Diogo Salomão, Grimi, Marcelino e Paulo Sérgio. Jogaram ainda Luís Filipe, Santamaria, Boa Morte e Lourenço.

A confiança de Rui Barros no FC Porto

Rui Barros, que vestiu as cores do FC Porto durante a sua carreira, começou por refletir sobre a experiência de voltar aos campos de futebol, algo que aconteceu recentemente durante o torneio Legends. O antigo jogador do FC Porto sublinhou a intensidade do jogo, que, apesar da derrota para o Sporting, teve muitos momentos de equilíbrio e boas oportunidades para a equipa portista. «O Sporting venceu, mas durante o jogo tivemos grandes oportunidades para marcar. O mais importante foi o convívio e a oportunidade de rever colegas e adversários», afirmou.

Ao olhar para a Final Four, Rui Barros expressou confiança na equipa do FC Porto, que atravessa uma boa fase depois de alguns momentos difíceis. Para o ex-jogador, apesar de o Sporting ter empatado [4-4] recentemente com o Vitória de Guimarães, «em clássicos nem sempre a equipa melhor classificada vence». «O FC Porto está num bom momento, mas as meias-finais são sempre muito intensas e tudo pode acontecer». A chave, para Barros, será o início do jogo e as estratégias adotadas por cada equipa. «O FC Porto tem qualidade, estou confiando que fará um bom jogo e passará à final», disse, frisando que, embora a Taça da Liga seja importante, «é mais um troféu que ficará ligado ao clube», e o verdadeiro foco será o desempenho da equipa no campeonato e nas competições europeias.

O antigo jogador portista, agora com 59 anos, que ficou conhecido pelo seu talento técnico, apesar da sua estatura reduzida, destacou a semelhança entre ele e Rodrigo Mora, jogador do FC Porto. «Rodrigo é um jogador pequeno, mas de grande talento. A sua habilidade com a bola é algo que me recorda a mim próprio. Ele tem o que é preciso para se destacar, independentemente da altura», afirmou.

Lourenço: a competitividade do Sporting e a busca pela coletividade

Para o ex-jogador do Sporting, a Final Four será um jogo imprevisível, com as duas equipas muito equilibradas. «É um jogo 50-50, onde a equipa que estiver mais concentrada e focada no coletivo terá mais hipóteses de vencer», analisou.

Lourenço defendeu que o sucesso do Sporting depende do desempenho conjunto. «O que falta ao Sporting, por vezes, é o equilíbrio coletivo. Quando o coletivo funciona bem, como foi no torneio Legends, as individualidades podem brilhar ainda mais», explicou. A confiança do antigo avançado na capacidade da equipa é evidente, acreditando que o Sporting estará preparado para o desafio. «Espero que, na terça-feira, o Sporting consiga estar superior e, quem sabe, conquistar a vitória», concluiu.

A visão de ambos para o futuro

Rui Barros e Lourenço partilham uma visão otimista sobre as suas equipas, embora com abordagens diferentes. Para o antigo médio portista, o bom momento dos azuis e brancos, aliado ao talento emergente de jogadores como Rodrigo Mora, é um bom presságio para o futuro. «Os jovens têm sido uma mais-valia. Rodrigo, por exemplo, já demonstrou grande qualidade, mas sabemos que o futebol é longo, e o importante é manter os pés no chão», alertou. Já Lourenço, enquanto ex-jogador do Sporting, espera que a equipa consiga colocar em prática um futebol mais coletivo, com as individualidades a se destacarem quando necessário. «O que o Sporting precisa é de mais coletivo, porque quando a equipa está bem coletivamente, as individualidades surgem naturalmente», afirmou.