Triunfo muito complicado, mas muito importante para Martín Anselmi em Arouca (2-0). Pode não ter sido uma resposta contundente, de um FC Porto dominante, mas foi a melhor forma de afugentar os fantasmas do passado recente.

O Arouca, por sua vez, volta a perder depois de uma série de oito jogos sem registar qualquer derrota. Vasco Seabra, ainda assim, sai com uma imagem positiva, de uma equipa competitiva. Com este resultado, arouquenses seguem na 13ª posição (25 pontos), enquanto os azuis e brancos continuam no terceiro lugar (50 pontos).

Relativamente ao jogo, a maior surpresa de Vasco Seabra partiu na baliza: Nico Mantl (titular por 23 ocasiões esta época) - que ficou de fora contra o Farense por castigo -, voltou a ficar de fora, desta feita, por questões de saúde (gastroenterite).

Do lado visitante, Anselmi não só surpreendeu, como pasmou toda a gente. Iván Marcano regressou à titularidade 17 meses depois (!) e, curiosamente, num papel semelhante ao último jogo que fez na Amadora (Conceição utilizou um sistema de três centrais nessa partida).

Saciados e felizes

Samu desbloqueou o marcador de grande penalidade @Kapta+

Primeira parte à imagem do passado recente de ambas as equipas: Arouca com uma postura positiva, alheio à dimensão do adversário, e o FC Porto com uma postura conservadora, alheio à sua própria dimensão (e exigência da massa adepta). 45 minutos que, ainda assim, trouxeram uma vantagem curta - porém injusta, refira-se - para os dragões.

Samu, no coração de área arouquense, arranjou espaço, aproveitou alguma passividade de Fóntan e, no exato momento em que se virava para a baliza, sofreu um pisão do central espanhol: penálti para o FC Porto e regresso aos golos para Samu (já não marcava para a Liga desde dezembro de 2024).

Um balão de oxigénio importante para os dragões, mas insuficiente para galvanizar a equipa orientada por Anselmi para uma exibição segura e convincente. A partir daqui, o Arouca assumiu o controlo do jogo, praticamente anulou o meio campo portista e criou situações suficientes para chegar ao empate.

Marcano regressou aos relvados e realizou uma partida competente, sem grandes sobressaltos @Kapta+

Os dragões, de resto, viviam de dois homens do ponto de vista ofensivo: Samu e Gonçalo Borges. Ambos pouco felizes e até incompetentes em muitas ações. O espanhol, após o empate, desleixou-se do compromisso defensivo - zero abnegado nesse sentido - e o jovem extremo, apesar de agitador e algumas fintas muito interessantes, decidiu sempre (sempre!) mal no último terço. Um festival de ataques desperdiçados por ambos os atletas.

Do lado da casa, Jason Remeseiro, por duas vezes, foi o homem que mais perto esteve do golo, sendo que Dylan Nandín (aos 41') chegou mesmo a fazer o golo, mas em posição offside.

Fábio no melhor e no pior

Foi dos que tratou melhor a bola ao longo do jogo, chegou a falhar de forma inacreditável, marcou um golo importantíssimo (e que golo), mas viu um amarelo com sabor a vermelho para Anselmi que não vai poder contar com o médio para o jogo da 25ª jornada, contra o SC Braga, numa segunda parte parecida, mas diferente.

O FC Porto entrou mais organizado, compacto, mais agressivo nos duelos - o meio campo esteve claramente mais seguro com/sem bola -, permitiu pouco espaço ao ataque arouquense e, com bola, em transição principalmente, foi capaz de assustar.

Depois de 20 minutos sem qualquer oportunidade de relevo para ambos os lados, os dragões começaram a descobrir os espaços nas costas da defensiva do Arouca e o golo tornou-se uma questão de tempo.

Número 10 portista foi protagonista @Kapta+

Aos 70', Namaso combinou com Francisco Moura no corredor esquerdo e o lateral, com um cruzamento rasteiro perfeito, isolou Fábio Vieira dentro de área que, de forma inacreditável, acertou em cheio na barra. Falhanço incrível do criativo portista.

Algo que viria, não obstante, a ser compensado mais tarde. Ao minuto 77, Namaso (mais uma vez) encontrou Fábio Vieira no corredor direito e o médio ofensivo, desta feita, fez tudo bem. Conduziu, temporizou, enganou os centrais arouquenses e, de pé esquerdo, não deu hipóteses a Valido. Golaço.

Até final, o Arouca ainda assustou com mais um golo inválido - Mansilla faturou de cabeça após um cruzamento de Jason, mas foi inválido após revisão VAR, por falta sobre Martim no início da jogada -, mas o FC Porto conseguiu mesmo aguentar o triunfo.