A Seleção Nacional feminina concentrou-se esta segunda-feira na Maia, mas desde logo o selecionador José António Silva deparou-se com variados problemas por causa de parte das atletas convocadas estarem com limitações físicas.

Da convocatória que saiu a 26 de fevereiro, há seis jogadoras que não estarão disponíveis a 100% para os trabalhos, eventualmente com lesões.

São elas Matilde Rosa, guarda-redes do Benfica, Ana Carolina Silva (Gijon, Espanha), Joana Resende (Málaga, Espanha), Patrícia Rodrigues (Benfica) e Patrícia Lima (Málaga).

Beatriz Sousa (Toulon, França) foi a mais azarada, pois saiu de maca do recente jogo que realizou na Liga gaulesa e nem se apresentou na Maia.

O selecionador José António Silva não vai poder cumprir com tosos os objetivos programados, devido às muitas limitações, numa altura em que se prepara com o playoff de acesso ao Mundial'2026 frente a Montenegro, com a primeira mão a disputar-se a 9 de abril, em Fafe, e a segunda a 12 do mesmo mês no país dos Balcãs.

A longo prazo Portugal também está empenhado na inédita fase final do Europeu da Holanda e Alemanha, entre 27 de novembro e 12 de dezembro.

Bebiana Sabino, pivô do Colégio de Gaia, manifestou-se motivada para o estágio, em declarações ao site da Federação de Andebol (FAP): "É sempre um ponto alto para todas nós e, este momento, tem ainda maior simbolismo porque chega depois do Europeu'2024 e antes da possível qualificação para o Mundial. Entretanto, todos vibrámos com o recente feito da Seleção Nacional masculina no Mundial'2025 [4.º lugar]. Este também é o nosso sonho, mas para isso há que trabalhar porque ainda há um longo caminho a percorrer. Esta semana é o palco perfeito para isso. Sabemos da importância desta fase de preparação, pois é o momento que dispomos para preparar os jogos do playoff com o Montenegro."

A capitã da Seleção feminina também falou das contrariedades inexperadas: "Do ponto de vista negativo, infelizmente temos muitas baixas que condicionam esta preparação. Com o recente apuramento para o Europeu, esperava que o respeito pela Seleção Nacional e pelas atletas tivesse aumentado e que, de uma vez por todas, os diversos interlocutores percebessem que o crescimento do andebol feminino português só é possível com a predisposição e colaboração de todos. Estes momentos são escassos na época desportiva e são essenciais para o crescimento."

Bebiana Sabino apontou ainda algumas adversidades, mas de uma forma muito evasiva, sem concretizar as críticas: "O contexto de Seleção Nacional é onde as melhores jogadoras se reúnem e enfrentam desafios a que, regularmente, não são expostas, o que só contribui para a nossa evolução. Nós, atletas, ficamos muito tristes quando não podemos trabalhar para representar o nosso país condignamente e essa tristeza é redobrada quando não o podemos fazer devido a decisões que não dependem de nós."