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Se os golos ficaram em falta na primeira mão, tendo em conta o volume de remates e futebol ofensivo, o mesmo não se pode dizer do jogo que decidiu esta eliminatória. Com seis golos bem divididos nesta noite de quarta-feira (3-3), o Benfica eliminou o Monaco e assegurou um lugar nos oitavos de final da Liga dos Campeões!
Quase resolveram a questão...
As ausências foram tema repetido e quase repetitivo na caminhada até este jogo europeu, mas a verdade é que, chegada a hora de jogar futebol, não foram sentidas. Referimo-nos exclusivamente aos minutos iniciais, naturalmente. Ora, na falta de nomes como Manu Silva e Florentino, o arranque do jogo teve muito de... Leandro Barreiro. O médio luxemburguês esteve sempre muito envolvido, tendo sido o autor da primeira ocasião do jogo, de um susto de (mais uma) lesão e ainda da ação que originou o primeiro golo.
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Houve outra questão que também recebeu uma elevada dose de atenção e que se provou relevante: os golos que ficaram por marcar há uma semana, no jogo da primeira mão. O Benfica levava uma vantagem de 2-0 no playoff, mas isso, num contexto de Champions League, estava longe de ser uma garantia de sucesso...
Faltou tino
O conforto extra foi, para as águias, apenas isso. Pouco de bom saiu do golo, pois foi a partir dessa altura que vimos, pela primeira vez nesta eliminatória, a formação do Monaco assumir o controlo das operações. Aí, sim, foi sentida a falta de tino, especialmente com a crescente tendência dos monegascos - hoje em 3x5x2, ao contrário da primeira mão - procurarem a finalização em zonas onde normalmente surgiria um 6 mais natural.
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Esses problemas não foram resolvidos ao intervalo e a segunda parte abriu com Eliesse Ben Seghir em grande. O jovem que já tinha marcado ao Benfica em novembro voltou a aparecer em bom nível e, depois de um aviso nos primeiros instantes do regresso ao relvado, aproveitou os espaços acima referidos para, aos 51 minutos, assinar a reviravolta na noite e o empate na eliminatória.
Peripécias milionárias
Lage lançou Dahl e Amdouni ao jogo, aproximando a sua equipa de um formato semelhante àquele que foi apresentado com sucesso no passado sábado, frente ao Santa Clara (0-1). O lateral sueco levou algum tempo a encontrar o seu espaço no jogo, mas isso não impediu o Benfica de se recolocar em vantagem, depois de Aursnes ter sofrido uma falta na área. Pavlidis cobrou e marcou a grande penalidade.
Precisamente por não haver descanso numa prova como a Champions, o assunto não ficou arrumado aí- Adi Hutter também olhou para o seu banco e lançou George Ilenikhena, jovem avançado que, meros segundos depois de entrar, foi lançado na profundidade e só parou de correr quando armou um remate que voltou a deixar a eliminatória empatada. Trubin mal batido, dessa vez.
Menos frustração, ainda assim, porque nesta incidência o Benfica só largou o volante durante três minutos. Aos 84, a normalidade foi restaurada com um desvio de Orkun Kökçü em resposta à excelente bola que Carreras colocou na área. A forma como a Luz estremeceu nesses instantes poderá ter sido registada por engano como atividade sísmica.
A vitória ainda pareceu uma realidade quando novo penálti foi assinalado a favor das águias, já nos descontos, mas este foi riscado após recurso ao VAR. Seguiram-se instantes de sofrimento maior, até que o apito final suscitou nova reação forte nas bancadas. O Benfica segue em frente!