
A segunda volta do SC Braga está a ser sensacional. São os números que o comprovam. Além de já terem conseguido mais pontos nestas 13 jornadas do que nas primeiras 17 rondas (32 agora, 31 antes), os arsenalistas têm a melhor defesa deste período – seguem-se Vitória de Guimarães (10) e Sporting (11).
Vamos por partes. Além do que já foi exposto, os bracarenses apenas não superam o registo pontual do Benfica desde a 18.ª jornada. Daí para cá, as águias somaram 34 pontos, os guerreiros 32. Desde o dia 19 de janeiro, o percurso dos comandados de Carlos Carvalhal ficou marcado por 10 vitórias e dois empates - apenas um desaire, no reduto do Rio Ave (1-2), a 2 de março.
Se este dado já era bastante relevante e ajudava a explicar a força que os minhotos têm demonstrado na luta pelo pódio, há um outro facto que também é responsável por uma grande fatia do sucesso: a cortina de ferro que se ergueu sobre a baliza de Lukas Hornicek.
Frente ao Estoril, no passado sábado, o SC Braga voltou ao registo defensivo imaculado, somou a 15.ª clean sheet no campeonato – tinha sofrido nos três jogos anteriores, com Aves SAD (4-1), Sporting (1-1) e Arouca (2-1) – e reforçou o estatuto de equipa menos batida na segunda volta. Contas feitas, são apenas seis os golos sofridos nos últimos 13 encontros, sequência que permite a entrada nas últimas quatro rondas com a melhor defesa da prova: 25 tentos consentidos, a par de Sporting e Benfica.
E desdobrar todos estes números leva obrigatoriamente a uma análise mais detalhada sobre os cinco elementos que compõem a retaguarda minhota, com Lukas Hornicek à cabeça. O guarda-redes agarrou com as duas mãos a oportunidade após a saída de Matheus (Ajax) e caiu definitivamente no goto dos adeptos. O checo é presente e futuro.
Nas laterais, Víctor Gómez e Francisco Chissumba também assentaram arraiais, à direita e à esquerda, respetivamente, sendo que no eixo até tem havido mais mexidas. Paulo Oliveira tem sido o mais regular, mas Niakaté – que na Amoreira chegou aos 100 jogos pelos bracarenses -, Robson Bambu e Bright Arrey-Mbi também têm contribuído para esta segurança defensiva.
Mas os processos são coletivos e não deve subtrair-se da equação todo o trabalho feito pelos médios e, até, pelos avançados. As dinâmicas sem bola, nomeadamente o posicionamento e a eficácia da pressão, são muito importantes para que o setor mais recuado não seja demasiado exposto. Os resultados (e o pódio) estão à vista.