
"Falta a primeira vitória, porque já são muitos segundos [lugares] nestes últimos anos. Ainda falta levantar os braços, e é só mesmo isso que falta, portanto, vamos continuar a tentar", confessou o gaiense.
Seis meses depois de se ter sagrado campeão olímpico de madison, ao lado de Iúri Leitão, Rui Oliveira aspira a estrear o seu palmarés em elites na estrada, tendo já hoje uma oportunidade para o fazer na chegada da terceira etapa da 51.ª Volta ao Algarve em Tavira, onde no ano passado foi batido por meros centímetros pelo 'gigante' Wout van Aert (Visma-Lease a Bike).
"Esteve quase no ano passado, foi por pouco em Tavira, mas este ano o objetivo mantém-se. Este ano temos mais uma chegada também a Faro, que, se calhar, é capaz de chegar ao sprint. Mas na terceira [etapa] vou tentar lutar pela vitória. Obviamente, estando aqui no Algarve é uma motivação extra. Dá-me sempre um bocadinho de extra força, portanto, vamos ver se corre bem", perspetivou.
Nesta 'Algarvia', o corredor de 28 anos, que normalmente é o principal lançador de Juan Sebastián Molano, terá a liberdade para sprintar, algo que se estenderá a outras provas da temporada, nomeadamente ao Tirreno-Adriático (10 a 16 de março), onde estará após alinhar na Kuurne-Bruxelas-Kuurne.
"Depois, tenho as clássicas da Bélgica até à [Volta à] Flandres, até [ao Paris] Roubaix e é por aí", enumerou.
Fora do calendário de Rui Oliveira para 2025 está, para já, qualquer grande Volta, uma opção da qual o português até não desgosta.
"Às vezes, não significa que ir a uma grande Volta seja melhor. Numa equipa como a nossa, há poucas oportunidades para ir ao sprint, porque temos sempre um líder enorme na equipa. Temos de trabalhar, perdemos muita força em etapas que temos de tirar [puxar] e chegamos sem força ao sprint. Portanto, mais vale fazer durante aquele mês três ou quatro corridas de menor dimensão e tentar vencer uma corrida, isso é mais importante", explicou.
Com três participações na Vuelta e duas no Giro no currículo, o campeão olímpico em Paris2024 reconhece que estar numa 'grande' é "sempre uma grande motivação", mas insiste que não é uma coisa que esteja "muito" na sua cabeça.
"É mais ter a oportunidade e liberdade para fazer os sprints em corridas menores e tentar ganhar, é esse o objetivo", reforçou.
O ciclista da UAE Emirates acredita mesmo que o seu ouro na capital francesa contribuiu para reforçar a sua confiança na estrada, algo que sentiu já na fase final da época passada.
"Já notei um pouco isso depois na segunda fase da época. Depois dos Jogos, na estrada, sentia-me bastante confiante, sentia-me bastante bem. Estive perto também de ganhar algumas corridas. Portanto, sim, isso deu-me bastante confiança, estou muito mais aliviado, mas, claro, falta esta vitória na estrada que procuro", concluiu.