O Sporting vai enfrentar este sábado o Vitória SC na última jornada da Primeira Liga. Rui Borges já falou aos jornalistas.

Rui Borges já fez a antevisão ao Sporting x Vitória SC para a última jornada da Primeira Liga. O encontro está marcado para as 18h00 deste sábado, no Estádio de Alvalade. Em conferência de imprensa, o técnico dos leões começou por referir o seguinte:

«O coração está um pouco ansioso, que chegue o jogo. Acho que faz parte, temos é de saber lidar da melhor forma com a ansiedade e transformá-la em energia boa. Pedimos aos adeptos que se mantem iguais, têm sido fantásticos. O apoio tem sido maravilhoso e têm ajudado muito. Acredito muito que merecem serem bicampeões e esse é o grande objetivo».

Rui Borges falou sobre as declarações proferidas acerca do Vitória SC (clube este que lançou inclusive um comunicado oficial sobre o assunto):

«Vocês levam as coisas para o lado que quiserem. Antes dessas palavras, a que deram tanto ênfase, falei muito e bem de toda a estrutura do Vitória SC. Jogadores, equipa técnica. Estou completamente desligado do ruído. Percebo onde estou, o que implica ser treinador do Sporting e estar perto de conseguir um grande objetivo. Sei bem o que sou enquanto pessoa e treinador, o que me trouxe aqui. Tenho muito a agradecer ao Vitória».

«Se estou aqui, devo ao Vitória também, pela capacidade que tiveram de fazer coisas boas com a nossa liderança. Devo-lhes muito e tenho uma grande amizade por todos. Jamais colocaria em causa o profissionalismo dos jogadores. Vocês têm ido à procura de antigos jogadores, e eles respondem por mim. Supertranquilo nesse sentido. É apenas e só ruído. Estou focado no que temos de fazer. Conheço bem o Vitória, o que vão ser capazes de dar ao jogo. Têm também um objetivo enquanto clube e vão entrar superconcentrados, focados, motivados. É nisso que estou focado. Perceber as dificuldades, estarmos preparados para elas e sermos capazes de aproveitar algumas coisas. Nunca esquecendo que do outro lado está uma grande equipa», completou.

Rui Borges falou sobre a situação física de Hidemasa Morita e foi questionado sobre se se arrepende de alguma coisa neste percurso no Sporting:

«O Morita está preparado para jogo e dará resposta para o tempo que der. Se der 90 minutos, ótimo. Se não der, não dá. Jogará outro jogador e também darão uma resposta muito boa para ajudar a equipa a conquistar o grande objetivo. Pontos perdidos? Não lamento nada, o nosso trajeto fala por nós. Por tudo o que fomos capazes, o grupo merece muito ser campeão. É esse o nosso focado. Estamos muito motivados. O grupo foi fantástico perante as dificuldades».

«[Morita] está preparado para jogar. Tem tido alguns problemas, mas isso não é só o Morita. Foi também essa a nossa luta em alguns momentos. Mas vejo-os focados, preparados para jogar e para ajudar a equipa. Pode jogar o Morita, o Pote, outros ali no ‘miolo’. Olho para a equipa e vejo-a capaz de dar resposta, já tivemos a ausência de todos. Só o Trincão é que não, acho eu… Fomos sempre lá. Competitivos. Quando faltar a inspiração, que não falte atitude. E isso jamais será apontado à equipa», acrescentou também mais tarde.

Rui Borges falou sobre a corrida de Viktor Gyokeres à Bota de Ouro e como o avançado está focado em ser campeão:

«Vejo-o focado em ajudar a equipa, ser campeão. É isso que quer, que todos querem. É por isso que digo que é um grande grupo. Às vezes poderiam existir egos, mas não há. Por tudo o que se fala do Viktor, pelo peso ao longo da época… O grupo está focado apenas e só num objetivo, que é o de todos. Independentemente da Bota de Ouro. Ficaremos todos muito felizes se conseguir esses objetivos, mas está muito mais focado no coletivo. Tenho a certeza que fará um grande jogo».

Rui Borges foi questionado sobre se sente algum excesso de confiança por parte dos adeptos e se a receção efusiva aos jogadores o desagradou:

«Não desagradou e tive a oportunidade de falar disso no final do jogo. A alegria é natural, mas é uma alegria no sentido de estarmos prestes a jogar a decisão em nossa casa. Eles sentem que serão importantes. A euforia percebe-se. Para a equipa, sabem bem que não ganhámos. Temos 100 minutos para jogar amanhã e é isso que vai decidir. Temos de ser capazes de ultrapassar uma grande equipa para sermos campeões. É nisso que estamos focados».

Rui Borges falou sobre a baixa de Morten Hjulmand (falha jogo por castigo de acumulação de amarelos):

«Os jogos são totalmente diferentes. É um jogador importante, tem peso por ser o nosso líder dentro de campo, é o nosso capitão. Claro que tem peso. Mas a equipa tem sido capaz de responder. O espírito coletivo é muito grande, a crença. A coragem e a ambição deste grupo são infinitas».

«Eu quero é ganhar. Percebo que falem às vezes do bloco mais baixo, mas tem de se dar mérito ao adversário, também têm capacidade de nos empurrar para trás. Às vezes a equipa acha que está bem assim [mais atrás]. Vocês agarram-se à estatística. Somos a equipa que menos situações de golo permite ao adversário. São dados. A equipa está confortável, preparada para estar em que momento for. Mas às vezes os jogadores agarram-se um bocadinho mais ao resultado, faz parte. Por mais que o treinador queira, às vezes é difícil passar a informação. Só temos durante a semana e, depois, o intervalo para ajustar. São tomadas de decisão coletivas», disse ainda.

Como se gere a ansiedade e que mensagem passa aos jogadores antes de um jogo tão decisivo?

«A mensagem tem sido a de algum equilíbrio emocional, tentar manter a equipa focada e tranquila. Acredito que a ansiedade exista um bocadinho em todos, faz parte. É tentar mantê-los focados, tranquilos. É mais um jogo. É certo que é o último e tem um peso enorme, mas temos de ser capazes de lidar com isso. O nosso trabalho tem sido também um bocadinho esse, mantê-los tranquilos e relativizar algumas coisas, não dando importância em demasia só a este jogo. Para estarmos aqui, é porque nos focámos nos outros jogos. É a mesma energia, foco e rigor. E isto leva-nos a ser aquilo que tanto lutámos».

Ainda em relação ao tema Vitória SC, Rui Borges foi questionado sobre se existe algum conflito interno entre a gratidão ao Vitória SC e a ambição de vencer frente aos seus antigos jogadores e adeptos:

«Vantagem não acho que tenha. São duas grandes equipas. Têm um treinador novo. Por mais que a grande base seja a que vem de trás, não levo vantagem. Gratidão? Tenho muita, a toda a estrutura do dia a dia do Vitória. Admiro muitos os jogadores, deram-me muito. Jamais vou esquecê-los nesse sentido. O que representa ganhar amanhã? Ser campeão nacional. Quero é ganhar. Vou sempre ter carinho por aquilo que o Vitória me deu. Mas digo também isso ao Moreirense e a todos os clubes que me deram uma oportunidade. Educaram-me para dar valor a tudo. E se há coisa que não sou é ingrato. Sou muito grato a todos os que me ajudaram. Quero ganhar perante uma ex-equipa pela qual tenho muito carinho».

Já fez alguma promessa se o Sporting for campeão?

«Sou muito crente, e já o disse aqui, mas não. Sou crente apenas e só. Peço muita força, só. Depois é um jogo de futebol. Temos de desfrutá-lo como tal. Há três resultados possíveis. Nós queremos ganhar e do outro lado está uma equipa que quer fazer o mesmo. A crença será muita, mas apenas e só isso».

Há possibilidade do Sporting ser campeão nacional e, ao mesmo tempo, o Vitória SC conseguir o seu objetivo. Seria esse o cenário ideal, mesmo que isso signifique um empate:

«Não, eu quero ganhar. Mas claro que gostava que o Vitória conseguisse o seu objetivo. É um clube diferente, as pessoas de lá merecem e os adeptos merecem. Mas amanhã estou focado no único objetivo. O carinho será sempre para toda a vida em qualquer clube onde estive a oportunidade de trabalhar».