Na primeira entrevista como treinador do Manchester United, aos meios do clube, Ruben Amorim abordou, entre vários temas, a curiosa alcunha que Cristiano Ronaldo lhe deu: «O Cristiano Ronaldo chamava-me 'poeta'. Mas é uma coisa engraçada porque eu gosto de falar, não muito, mas quando falo, acho que falo com o coração.»
O ex-técnico do Sporting lembrou, ainda, a visita a Old Trafford, enquanto jogador do SC Braga, em 2012: «Memórias de Old Trafford? Não são boas. Não ganhei e gosto de ganhar. Isto é muito importante para mim, divertir-me mas ganhar. Lembro-me do público. Estávamos a ganhar por 2-0 com o SC Braga, mas depois eles apareceram e acabou tudo para nós. Perdemos esse jogo [3-2]. Por isso, é um sítio especial.»
Sobre que tipo de filosofia quer passar ao plantel do clube, Amorim voltou a relembras o passado de jogador e apontou o principal objetivo para estes primeiros tempos em Inglaterra: «Não conhecem o meu passado como jogador, mas eu jogava em qualquer posição. Joguei a lateral-direito, a lateral-esquerdo, a defesa-central, a médio, a extremo, a número 10, a número oito. Não joguei a guarda-redes e a avançado. Portanto, eu era um jogador de equipa e, para mim, isso é importante. E também porque era um jogador de equipa, por vezes tinha de ficar no banco. Sei tudo o que os meus jogadores sentem. Por isso, quando penso numa equipa, penso em todos os jogadores, nos adeptos, nos sentimentos, tudo está na minha mente.»
«Sabemos que precisamos de tempo, mas temos de ganhar tempo. Ganhar tempo é ganhar jogos. Mas o mais importante para mim é a identidade. Por isso, desde o primeiro dia, vamos começar com a nossa identidade. Claro que vamos preparar os jogos, mas vamos concentrar-nos muito no nosso modelo de jogo. Como jogar, como pressionar, estas pequenas coisas, pequenos pormenores. Não se pode ir a 100% em todos os pormenores, porque isso será confuso para os jogadores. Por isso, se tenho de dizer uma coisa, o meu primeiro objetivo é a identidade», concluiu.