O médio Gonçalo Nogueira subiu mais um patamar na carreira com a recente internacionalização adquirida ao serviço da seleção sub-21 no particular frente à Roménia. Trajeto ascendente que não pode ser dissociado da afirmação que o criativo tem vindo a patentear no Paços de Ferreira e que o treinador Ricardo Silva diz ser "completamente expectável".

O ex-responsável dos castores aplaude a forma como o médio assumiu o desafio de afirmar-se em Paços de Ferreira, quer na perspectiva tática, como pela disponibilidade física que o técnico considera ter um peso determinante na posição nevrálgica que ocupa.

"O Nogueira é um jogador com uma mentalidade muito forte. Veio claramente para ganhar competitividade e percebeu isso. Desde a primeira hora foi importante apresentar-se com o foco bem definido, que era ter tempo de jogo e jogar, coisa que não estava a acontecer no V. Guimarães. Nesse sentido, impôs-se claramente", confidenciou o treinador, sem contornar o tiro de partida em desvantagem: "Chegou mais tarde, já com o andar da carruagem da pré-época, mas desde os primeiros treinos em que esteve connosco, deu logo para perceber que ia ser titularíssimo. Não só por aquilo que é a sua capacidade técnica, mas também pela sua envergadura, que é cada vez mais importante, os treinadores procuram jogadores fortes e ele tem nisso."

Percurso de evolução também do que diz respeito à versatilidade que Gonçalo Nogueira demonstra em todas as posições da zona de construção e que sustenta o argumento de afirmação que Ricardo Silva projecta para a próxima época.

"Acreditamos que no futuro terá mais características para assumir a posição sei, mas quando regressar ao Vitória, na próxima época, apresentará mais valências, seja na posição seis, como na posição oito. Neste momento o Vitória joga com três elementos no miolo e o Nogueira tanto pode ser opção em duplo-pivot, com em triângulo invertido porque ganhou características importantes para ser um jogador polivalente. Tem uma taxa de roubo de bola muito alta e é extremamente consistente ao longo do jogo. Trabalha muito, muitíssimo, deve ser dos jogadores com maior roubo de bola no campeonato", justificou o treinador, asseverando que "na próxima época Gonçalo Nogueira estará em condições de discutir um lugar no plantel no Vitória de Guimarães".

Antecipação tática que Ricardo Silva defende em função do trabalho desenvolvido com Gorby e o patamar que o jogador atingiu agora no Sp. Braga.

"Na época passada o Gorby fez este percurso que o Nogueira está a fazer. Também chegou a Paços de Ferreira muito dentro do estilo que é o Nogueira, com características diferentes, cada um com o seu ADN próprio, mas também a precisar de minutos, de consistência, de tempo de jogo, de ganhar novas valências. O percurso de um é exatamente o do outro. Agora, vemos o Gorby afirmar-se como um jogador absolutamente fundamental para o Sp. Braga. Tenho a convicção de que o Nogueira, quando regressar ao Vitória, poderá ter um percurso idêntico. A escolha caberá ao Luís Freire, mas também ao Nogueira em aproveitar a volatilidade do mercado para encontrar o seu espaço", defendeu Ricardo Silva, considerando ainda que "Gonçalo Nogueira é um jogador que "está preparado para dar um passo que pode ser importante para o resto da sua carreira": "Conhece a história do Vitória como ninguém, quer pelo seu passado na formação, como por perceber claramente aquilo que são as exigências do clube, além da qualidade de jogo e, principalmente, pela sua disponibilidade física. Está sempre em alta rotação e o Vitória exige isso e a massa associativa do clube também exige isso".