Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto em Tóquio 2020, avançou com uma ação no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) para indemnização e reconhecimento de justa causa na rescisão de contrato unilateral com o Benfica.

A ação de arbitragem voluntária em matéria laboral apresentada por Pichardo deu entrada na quarta-feira no TAD, de acordo com o site deste tribunal, tendo como demandado o clube encarnado, que representou desde 26 de abril de 2017.

Em 13 de janeiro último, o atleta, de 31 anos, rescindiu contrato com o Benfica, que era válido até ao fim dos Jogos Los Angeles2028, alegando divergências irreconciliáveis.

O vice-campeão em Paris2024, campeão do mundo em Oregon2022 e europeu em Munique2022, agradeceu o apoio recebido para alcançar objetivos, prometendo, após a desvinculação com o clube 'encarnado', que representava desde 2018, levar o assunto "às instâncias competentes" e focar-se "única e exclusivamente na vertente desportiva".

"Devido a divergências irreconciliáveis com o Sport Lisboa e Benfica, que inviabilizam a minha continuidade, decidi deixar de ser atleta do clube, conforme comuniquei hoje mesmo à entidade. O assunto está a ser levado às instâncias competentes, pelo que, a partir deste dia, não irei mais pronunciar-me sobre este tema, focando-me única e exclusivamente na vertente desportiva", lê-se no comunicado assinado por Pichardo.

Após a conquista do título europeu em pista coberta, em Istambul2023, foi tornado público o diferendo do atleta com a diretora do projeto olímpico e do atletismo encarnado, Ana Oliveira, tendo, no ano passado, Pichardo recusado aceitar o processo de filiação na plataforma da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).

Na sequência do anúncio do pedido de rescisão do contrato unilateralmente, o Benfica informou ter instaurado, no início do ano, um processo disciplinar a Pichardo, com vista ao seu "despedimento".

O clube revelou que o atleta "foi notificado no passado dia 3 de janeiro de 2025 de um processo disciplinar com vista ao seu despedimento", por ter faltado "a exames médicos para os quais estava convocado depois dos Jogos Olímpicos, bem como o facto de ter recusado a inscrição na plataforma de atletas, apesar de ter sido por diversas vezes solicitado para tal".