
Paulo Lourenço, antigo secretário geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) que foi constituído arguido na Operação Mais Valia — após buscas da Polícia Judiciária à sede da FPF, por suspeitas dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção, participação económica em negócio e fraude fiscal —, negou ter tido qualquer benefício na venda da antiga sede do organismo.
«É para mim inaceitável ver o meu nome envolvido num processo ao qual sou alheio. Não tive influência na decisão de venda do imóvel, não tive influência na escolha da proposta vencedora e não obtive qualquer benefício, direto ou indireto, com este negócio. Nego frontal e absolutamente ter recebido fosse o que fosse com este negócio. Qualquer sugestão em sentido contrário é falsa e profundamente injusta», assegurou o ex-dirigente em comunicado.
Sem «nada a esconder» e em colaboração «desde o primeiro momento com as autoridades», Paulo Lourenço sublinha não aceitar que a sua «honra e reputação sejam postas em causa por suspeitas infundadas»: «Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que esta situação se esclareça com a máxima celeridade, não só para demonstrar inequivocamente a minha inocência, mas também para compreender como e por que razão fui arrastado para esta investigação.»
Por fim, o secretário-geral na FPF entre 2012 e 2018 e assessor jurídico do então presidente, Fernando Gomes, disse confiar «plenamente na justiça», esperando que «este processo seja conduzido com rigor, imparcialidade e rapidez, para que a verdade prevaleça».
António Gameiro, antigo deputado do PS eleito cinco vezes por Santarém, é o outro arguido no processo. As buscas realizadas pela PJ estão relacionadas com a venda, em 2018, da antiga sede da FPF, na Rua Alexandre Herculano, em Lisboa, por mais de 11 milhões de euros.
Durante a investigação foram identificadas «situações passíveis de integrarem condutas ilícitas relacionadas, sobretudo, com a intermediação da venda» do edifício, de acordo com um comunicado da PJ.