O atual campeão da Fórmula E Pascal Wehrlein falou pela primeira vez sobre o seu dramático acidente no E-Prix de São Paulo, que deixou o seu Porsche virado de cabeça para baixo, interrompendo a corrida. O incidente, que sublinhou os perigos inerentes ao desporto motorizado, também destacou as notáveis medidas de segurança na Fórmula E que provavelmente evitaram um resultado mais grave.


Uma Reação em Cadeia Leva ao Desastre

O acidente ocorreu na Curva 4, onde Wehrlein manobrou para se posicionar no interior da Curva 5. Entretanto, o piloto da Jaguar Nick Cassidy, sob pressão do Max Günther da DS Penske, sofreu danos na direção devido a uma colisão. Incapaz de dirigir normalmente, o carro de Cassidy lançou inadvertidamente o Porsche de Wehrlein contra a parede, virando-o sobre o seu arco de rotação.

“A minha primeira preocupação foi que alguém me pudesse atingir por trás,” recordou Wehrlein, enfatizando a necessidade imediata de bandeiras vermelhas. “Uma situação como essa é obviamente muito mais perigosa quando um carro está de cabeça para baixo.”


Extração: Uma Operação de Precisão

Apesar de não ter saído ferido, Wehrlein não conseguiu sair do carro e pediu repetidamente assistência rápida através da rádio da equipa. A equipa médica e de extração chegou prontamente, avaliando cuidadosamente Wehrlein em busca de ferimentos antes de planearem a remoção segura do Porsche 99X Electric.

“Eles são profissionais absolutos, e estou contente por os termos,” disse Wehrlein. “Foi um choque, mas senti-me muito consciente do meu corpo. Como não senti nenhum osso partido, rapidamente focámo-nos em virar o carro e em retirar-me de forma segura.”


Elogios aos Padrões de Segurança da Fórmula E

Wehrlein destacou o papel crítico das características de segurança da Fórmula E que lhe permitiram escapar ileso. Ele creditou o halo, a célula de segurança e os avanços no equipamento específico para pilotos como fundamentais para a sua proteção.

“É muito provável que eu não tivesse saído disto assim sem o halo,” disse ele. “Mas não se trata apenas do halo—é a combinação de todas as diferentes coisas que tornam estes carros tão seguros hoje em dia.”

Wehrlein também enfatizou a importância de melhorias contínuas em segurança, chamando a sua experiência de um lembrete claro de que há sempre espaço para inovação na segurança do automobilismo.


A Perspectiva de um Campeão

Wehrlein, incapaz de comparecer à gala anual da FIA em Kigali, Ruanda, devido a conselhos médicos, refletiu sobre o seu fim de semana de corrida. Ele garantiu a pole position em São Paulo, apesar do que descreveu como uma sessão de qualificação menos do que perfeita.

“Houve alguns pequenos erros nas minhas voltas, simplesmente não foram totalmente satisfatórios,” admitiu. “Mas ainda assim fomos rápidos, o que é bom.”

A velocidade de Wehrlein durante a corrida manteve-o na luta pela vitória antes do acidente. “Em circunstâncias normais, acho que poderíamos ter lutado pela vitória,” disse ele. “Estratégicamente, tudo correu bem, mas a primeira bandeira vermelha não nos favoreceu. Mesmo assim, estávamos definitivamente em boa posição para um pódio.”


Olhar para o Futuro em Cidade do México

Apesar do contratempo, Wehrlein mantém-se otimista ao direcionar o seu foco para a próxima corrida na Cidade do México, uma pista onde triunfou duas vezes nos últimos três anos. No entanto, enfrenta um déficit de 22 pontos em relação ao rival pelo título Mitch Evans, que conseguiu uma vitória sensacional, passando do último para o primeiro lugar em São Paulo.

Com a força do Porsche 99X Electric e a habilidade comprovada de Wehrlein, o campeão em título parece preparado para recuperar nas próximas rondas, potencialmente colocando-se de volta na corrida pelo título da Fórmula E 2024-25.