A luta pelo Mundial de MotoGP está a revelar-se muito intensa e os pilotos têm todas as motivações e mais algumas para tentar o título e alcançar a glória de ser campeão na categoria, o que por si só é já algo ao alcance mesmo de muito poucos. Mas, além de sonharem com o título existem outras motivações muitas vezes escondidas que podem servir de tónico para estes darem «ainda mais».

E esse pode ser exatamente o caso de Jorge Martín que lidera o campeonato mesmo depois do desaire do passado domingo em Misano, onde conquistou apenas um ponto e viu Marc Márquez e Pecco Bagnaia a ficarem em primeiro e segundo respetivamente. No caso do italiano, este recuperou grande parte da desvantagem que tinha para o piloto da Pramac.

E se o orgulho ferido é algo que pode dar um ímpeto extra, esse pode ser mais um dos motivos para Martín querer conquistar o título, ainda para mais de, pela segunda vez, ter sido preterido na escolha da Ducati: numa primeira instância perdeu o lugar para Enea Bastianini, e este ano para Márquez.

Paolo Campinoti, dono da Pramac, disse à TNT Sports que o (ainda) seu piloto tem motivação acrescido por causa disso mesmo: ‘Ele está muito comprometido a provar à Ducati que tomaram a decisão errada em escolherem o Márquez’, isto já depois do piloto em si ter afirmado, em palavras ao La Repubblica que ficou muito magoado:

– O que me doeu mais foi que estava calmo depois das chamadas do [Gigi] Dall’Igna e do [Davide] Tardozzi. Mas nada oficial estava feito, e ninguém me avisou.

De referir que a Ducati justificou-se com a escolha baseado apenas nos resultados em pista, aliado ao facto de Márquez estar a mostrar uma enorme capacidade de adaptação à Desmosedici depois de vários anos com a Honda, ainda que o ex-campeão do mundo, ao que se sabe, tenha deixado claro que ou assinaria pela equipa de fábrica ou abandonaria o universo de Borgo Panigale.