
Ponto final na Liga Portugal Betclic para Benfica e SC Braga. As águias chegaram ao Minho ainda na disputa pelo título nacional, embora sem depender apenas de si mesmas. A exibição encarnada não acompanhou, contudo, a necessidade do momento e foi um Benfica pobre aquele que empatou - e bem pode agradecer a Trubin... - a um golo na Pedreira.
Bruno Lage fez duas mudanças em relação ao onze inicial do dérbi. A saída de Fredrik Aursnes foi forçada pelo problema físico do norueguês e abriu a porta a Leandro Barreiro, mas a troca de Ángel Di María por Andreas Schjelderup foi opcional. Do lado contrário, Carlos Carvalhal mudou apenas o homem da frente e lançou Afonso Patrão no lugar de Fran Navarro.

Certo será dizer que foi mais feliz o treinador bracarense. O jovem Patrão ganhou a grande penalidade a Tomás Araújo que Rodrigo Zalazar converteu, aos 24 minutos. Do outro lado, Schjelderup pouca participação teve nos primeiros 45 minutos e Barreiro, embora tenha começado com nota positiva na reação à perda e a ajudar à recuperação em zonas altas, rapidamente se perdeu juntamente com o coletivo e deixou a nu as debilidades na construção.
Contudo, o que mais impressionou na etapa inaugural foi a baixa atitude competitiva dos encarnados. O arranque até foi promissor, com os primeiros minutos a mostrarem um Benfica completamente instalado no meio-campo ofensivo. Barreiro desperdiçou uma ocasião clara e Vangelis Pavlidis trabalhou bem sobre dois adversários, mas falhou a baliza.
Depois veio o golo dos anfitriões e foi-se o Benfica. A equipa benfiquista mostrou-se lenta, pouco agressiva e, por vezes, até ansiosa. Receita para o desastre perante um SC Braga mais disponível para o jogo, a ganhar praticamente todos os duelos e a chegar ao intervalo com vantagem mínima apenas e só porque Anatoliy Trubin assim o quis. 45 minutos de um Benfica prepotente e de uma atitude pouco condizente com uma equipa na luta pelo título nacional.
Reação tardia... e tímida
O primeiro quarto de hora não mudou muita coisa. Os problemas das águias na construção continuaram, com Florentino Luís e Barreiro escondidos do jogo e Pavlidis a sentir a necessidade de fugir dos seus territórios para tentar dar solução nesse aspeto. Vários erros foram cometidos pelos centrais na saída de bola, o que levou a saídas rápidas e perigosas dos arsenalistas e a mais trabalho para Trubin.
As mudanças, três de uma assentada, vieram ajudar. Perante a mesma imagem da pobre primeira parte, Lage lançou a artilharia pesada. Di María, Andrea Belotti e Bruma foram a jogo e a banda tocou de imediato outra música. Cinco minutos depois, o argentino combinou com Pavlidis e o grego devolveu a esperança à bancada benfiquista.

O momento do jogo passou a ser encarnado e a expulsão de João Moutinho - apenas a terceira da carreira - logo a seguir ao golo, por uma entrada com o pé demasiado alto, deu vantagem nos números aos visitantes. O SC Braga baixou linhas, fechou caminhos para a baliza de Lukas Hornicek e esperou por momentos para transitar rápido.
A frustração começou a tomar conta dos jogadores encarnados nos minutos finais. Orkun Kökçü, substituído pouco depois de Viktor Gyökeres assinar o 2-0 em Alvalade e colocar uma pedra no assunto, não resistiu à tentação de pontapear a garrafa de água mais próxima. Já não se tratava de lutar pelo título, mas por uma vitória que permitisse ter a consciência tranquila, que permitisse marcar a checkbox do «fizemos a nossa parte».
A checkbox ficou por marcar. Até foi o SC Braga, com menos uma unidade, a estar mais perto da vitória. Trubin, mais uma, duas, três vezes, fez jus à estatura e foi gigante na baliza lisboeta. Fechou-se mais uma edição da Liga Portugal Betclic, mas para a águia de orgulho ferido é hora de recompor para uma última batalha: a final da Taça de Portugal frente ao Sporting, novo bicampeão nacional.