Criativo do Arouca refletiu sobre os primeiros seis meses na Serra da Freita na edição de janeiro da Revista 'Lobos'
O Arouca lançou, na tarde desta terça-feira, a 6ª edição da Revista Lobos, referente ao mês de janeiro. Entre várias curiosidades e um olhar interno sobre a vila de Arouca e o plantel arouquense, o destaque foi para Pablo Gozálbez, médio espanhol que reforçou os lobos no verão do ano passado.
Numa entrevista longa e detalhada, o jogador formado no Valencia, de 23 anos, teceu um olhar sobre os primeiros seis meses ao serviço do Arouca, por quem já realizou 11 partidas. "No final da temporada passada, eu estava ainda de férias e o meu agente ligou-me a dizer que tinham recebido uma proposta do Arouca. E a verdade é que a mim pareceu-me um local incrível e muito atrativo. Eu tinha vontade de vir para cá para Arouca e o clube também queria muito apostar em mim. Bastou ter uma reunião com o Joel Pinho e com outros elementos do clube para perceber que todos tínhamos esta vontade muito grande em concretizar esta transferência", começou por referir Pablo Gozálbez, adiantando que o processo foi "fácil e rápido", satisfeito por uma decisão "muito racional": "Hoje vejo como foi uma decisão ponderada e acertada."
Realçando que já conhecia outro espanhol do Arouca, Jason, dos tempos no Valencia, clube do coração, Pablo Gozálbez também afirmou que quis seguir o exemplo de outros jogadores do seu país que vingaram nos arouquenses. "Informei-me um pouco do clube, disseram-me que ia ser um lugar muito bom para continuar a crescer, que era como uma família e, bom, até ao momento, estou muito feliz e creio que acertei na minha decisão. Todos nós olhamos para os exemplos espanhóis que passaram pelo clube e vemos o sucesso que tiveram. Obviamente que também sonhamos e trabalhamos para conseguirmos alcançar um pouco do que eles alcançaram", vincou o médio, que voltou a ser titular na última partida diante do Boavista.
Porém, Gozálbez referiu também que houve algumas adversidades na adaptação, principalmente por esta ter sido a primeira experiência fora do seu país e fora do clube onde passou mais de 10 anos. "A verdade é que, inicialmente, não foi fácil. Também porque as coisas não estavam a sair. A verdade é que eu tinha o apoio do clube e da equipa, que, para mim, é como uma família. Apoiamos-nos diariamente e estamos todos juntos em tudo. Com esse apoio, as coisas pouco a pouco vão saindo e torna-se tudo mais fácil. Eles ajudaram-me muito porque, para mim, como disse, era uma experiência completamente nova, algo que nunca tinha vivido", realçou, salientando que os colegas de equipa e a estrutura em Arouca tornaram "a adaptação muito fácil."
"Acho que já não sou o mesmo jogador que era há seis meses. Afinal, com o tempo e com os jogos, vais ganhando confiança. Já estás mais habituado à liga em que competes e aos teus companheiros. Essa creio que foi a grande mudança que eu experienciei. Acho que é sobretudo essa confiança que já tenho em mim e no quão adaptado estou para continuar a melhorar e crescer que irá fazer a diferença no futebol", disse Pablo Gozálbez em relação aos primeiros momentos a defender a pele dos lobos, apontando ao desejo de "uma temporada positva" no novo clube.
Veja, em baixo, o resto da entrevista de Pablo Gozálbez à Revista Lobos:
As diferenças do futebol espanhol para o futebol português. "Creio que as principais diferenças possam ser a nível tático. A Liga Espanhola tem todos os jogos mais fechados, mais táticos e que custa mais encontrar os espaços. Aqui, por vezes, o futebol é mais direto, com mais espaços para se aproveitar e mais duelos individuais de um contra um. E essa acho que pode ser a maior diferença entre os dois campeonatos, pois tudo o resto é muito parecido. São campeonatos com muita qualidade e, por vezes, desde Espanha não entendiam isso, embora agora estejam a dar outra atenção há medida que cada vez mais jogadores espanhóis se mudam para o campeonato português."
Qual foram os detalhes mais complicados na adaptação? "Penso que o mais complicado foi todo o tema extra-desportivo. Afinal, sempre que tinha um mau momento ou estava a passar por algo, tinha a minha família e os meus amigos ao meu lado. Fazia uma chamada e estávamos a cinco minutos de distância. Vivia em casa dos meus pais. Ou seja, era tudo muito fácil para mim, estava muito protegido por eles. E aqui tens de aprender a viver mais por ti. Mas também sempre me vi preparado para esta eventualidade e creio que, apesar de tudo, tenho passado muito bem estes últimos seis meses em Portugal."
Há alguma rotina que tenha antes dos jogos? "Depende sempre se jogas às 15h00 ou às 21h00, mas vou tendo uma rotina de preparação para o jogo, mesmo que inconscientemente por vezes. Se jogas de noite, tento fazer sempre o mesmo. Pode mudar alguma coisa mas é praticamente igual. A comida ser a mesma desde o pequeno almoço. E tentar fazer um pouco sempre a mesma rotina. Até hoje sinto que tem funcionado dessa forma e me tenho sentido bem com o meu corpo quando estou dentro de campo, então também não tenho sentido a necessidade de alterar. Quando os jogos são mais cedo, claro que temos de mudar. Cortar em refeições e em exercícios de aquecimento, para não ser muito exagerado quando já estamos mais perto da hora do jogo. O descanso já não é o mesmo quando podes descansar de manhã e de tarde, para estares calmo e com a mente limpa para o jogo da noite. De tarde acordas já com o pensamento no jogo. Mas não sou muito obcecado com essas rotinas."
Tem alguma superstição? "Agora sou um pouco mais com algumas coisas. Gosto de entrar em campo com o pé direito. Em Espanha costumamos dizer que ‘pela manhã acordas com o pé direito’, que é como dizer que o dia vai decorrer com maior tranquilidade. E por isso também gosto de entrar em campo com o pé direito. É uma mania um pouco tonta, não algo super importante."
Tem alguns ídolos em quem se inspire? "Gostava de ver sobretudo médios espanhóis. Em Espanha, vivemos um período muito bom, sobretudo com Iniesta, Xavi, Isco... São jogadores que sempre admirei muito e que vi durante muito tempo. Com o Isco tive a sorte de, no ano passado, ter jogado contra ele no Estádio Benito Villamarín, contra o Bétis.Ver o jogador ao vivo é que foi incrível. Penso que são os jogadores que mais me inspiraram pela forma de jogar, pelo estilo de jogo que sempre gostei."
E os treinadores que o inspiraram mais? "Tive muitos treinadores e todos eles me ensinaram um pouco em cada um dos seus momentos. Claro que consigo destacar alguns como o Miguel Ángel Angulo, com quem estive muitos anos. A verdade é que é um treinador que me marcou muito e que recordo sempre com um carinho muito especial porque foi, sem dúvida, um dos treinadores que mais me ajudou em todos os momentos e me passou mais confiança para continuar a melhorar o meu jogo. Estivemos juntos muitos anos no clube, em juvenis, depois em juniores e finalmente no futebol profissional através da equipa B. Foi com ele que joguei na UEFA Youth League e na equipa B e, desde o primeiro dia, que mostrou total confiança em mim e no meu jogo. E claro, não posso esquecer o Rubén Baraja, que foi com quem me estreei no plantel principal e me permitiu cumprir o sonho que tive desde que era uma criança a entrar nos escalões de formação do Valencia Club de Fútbol e ainda sem entender o quão importante ia ser aquele clube para mim. Além dele, também posso destacar o Chema Sanz, que era o treinador adjunto dele, com quem também me estreei na equipa B. Não tem o passado de jogador dos outros, mas é muito respeitado no clube e no país e esse respeito foi passado também por parte dos jogadores, que reconhecem o seu trabalho. Estou muito agradecido a todos eles porque foi graças a eles que me tornei no jogador e na pessoa que sou hoje, disso não tenho dúvidas nenhumas. Passamos muitas horas no clube e grande parte do nosso crescimento é feito lá dentro, com os teus amigos mais próximos a serem aqueles com quem partilhas tantas horas de balneário diariamente."
Mensagem de apelo aos adeptos. "Só peço que confiem nesta equipa. Na verdade, sou um jogador novo mas vi o grande grupo que aqui existe e na capacidade que todos têm. Há muita qualidade na equipa e ela irá continuar a aparecer. Estou convencido que vamos continuar a crescer e a subir na tabela classificativa, a desfrutar de cada jogo."
Numa entrevista longa e detalhada, o jogador formado no Valencia, de 23 anos, teceu um olhar sobre os primeiros seis meses ao serviço do Arouca, por quem já realizou 11 partidas. "No final da temporada passada, eu estava ainda de férias e o meu agente ligou-me a dizer que tinham recebido uma proposta do Arouca. E a verdade é que a mim pareceu-me um local incrível e muito atrativo. Eu tinha vontade de vir para cá para Arouca e o clube também queria muito apostar em mim. Bastou ter uma reunião com o Joel Pinho e com outros elementos do clube para perceber que todos tínhamos esta vontade muito grande em concretizar esta transferência", começou por referir Pablo Gozálbez, adiantando que o processo foi "fácil e rápido", satisfeito por uma decisão "muito racional": "Hoje vejo como foi uma decisão ponderada e acertada."
Realçando que já conhecia outro espanhol do Arouca, Jason, dos tempos no Valencia, clube do coração, Pablo Gozálbez também afirmou que quis seguir o exemplo de outros jogadores do seu país que vingaram nos arouquenses. "Informei-me um pouco do clube, disseram-me que ia ser um lugar muito bom para continuar a crescer, que era como uma família e, bom, até ao momento, estou muito feliz e creio que acertei na minha decisão. Todos nós olhamos para os exemplos espanhóis que passaram pelo clube e vemos o sucesso que tiveram. Obviamente que também sonhamos e trabalhamos para conseguirmos alcançar um pouco do que eles alcançaram", vincou o médio, que voltou a ser titular na última partida diante do Boavista.
Porém, Gozálbez referiu também que houve algumas adversidades na adaptação, principalmente por esta ter sido a primeira experiência fora do seu país e fora do clube onde passou mais de 10 anos. "A verdade é que, inicialmente, não foi fácil. Também porque as coisas não estavam a sair. A verdade é que eu tinha o apoio do clube e da equipa, que, para mim, é como uma família. Apoiamos-nos diariamente e estamos todos juntos em tudo. Com esse apoio, as coisas pouco a pouco vão saindo e torna-se tudo mais fácil. Eles ajudaram-me muito porque, para mim, como disse, era uma experiência completamente nova, algo que nunca tinha vivido", realçou, salientando que os colegas de equipa e a estrutura em Arouca tornaram "a adaptação muito fácil."
"Acho que já não sou o mesmo jogador que era há seis meses. Afinal, com o tempo e com os jogos, vais ganhando confiança. Já estás mais habituado à liga em que competes e aos teus companheiros. Essa creio que foi a grande mudança que eu experienciei. Acho que é sobretudo essa confiança que já tenho em mim e no quão adaptado estou para continuar a melhorar e crescer que irá fazer a diferença no futebol", disse Pablo Gozálbez em relação aos primeiros momentos a defender a pele dos lobos, apontando ao desejo de "uma temporada positva" no novo clube.
Veja, em baixo, o resto da entrevista de Pablo Gozálbez à Revista Lobos:
As diferenças do futebol espanhol para o futebol português. "Creio que as principais diferenças possam ser a nível tático. A Liga Espanhola tem todos os jogos mais fechados, mais táticos e que custa mais encontrar os espaços. Aqui, por vezes, o futebol é mais direto, com mais espaços para se aproveitar e mais duelos individuais de um contra um. E essa acho que pode ser a maior diferença entre os dois campeonatos, pois tudo o resto é muito parecido. São campeonatos com muita qualidade e, por vezes, desde Espanha não entendiam isso, embora agora estejam a dar outra atenção há medida que cada vez mais jogadores espanhóis se mudam para o campeonato português."
Qual foram os detalhes mais complicados na adaptação? "Penso que o mais complicado foi todo o tema extra-desportivo. Afinal, sempre que tinha um mau momento ou estava a passar por algo, tinha a minha família e os meus amigos ao meu lado. Fazia uma chamada e estávamos a cinco minutos de distância. Vivia em casa dos meus pais. Ou seja, era tudo muito fácil para mim, estava muito protegido por eles. E aqui tens de aprender a viver mais por ti. Mas também sempre me vi preparado para esta eventualidade e creio que, apesar de tudo, tenho passado muito bem estes últimos seis meses em Portugal."
Há alguma rotina que tenha antes dos jogos? "Depende sempre se jogas às 15h00 ou às 21h00, mas vou tendo uma rotina de preparação para o jogo, mesmo que inconscientemente por vezes. Se jogas de noite, tento fazer sempre o mesmo. Pode mudar alguma coisa mas é praticamente igual. A comida ser a mesma desde o pequeno almoço. E tentar fazer um pouco sempre a mesma rotina. Até hoje sinto que tem funcionado dessa forma e me tenho sentido bem com o meu corpo quando estou dentro de campo, então também não tenho sentido a necessidade de alterar. Quando os jogos são mais cedo, claro que temos de mudar. Cortar em refeições e em exercícios de aquecimento, para não ser muito exagerado quando já estamos mais perto da hora do jogo. O descanso já não é o mesmo quando podes descansar de manhã e de tarde, para estares calmo e com a mente limpa para o jogo da noite. De tarde acordas já com o pensamento no jogo. Mas não sou muito obcecado com essas rotinas."
Tem alguma superstição? "Agora sou um pouco mais com algumas coisas. Gosto de entrar em campo com o pé direito. Em Espanha costumamos dizer que ‘pela manhã acordas com o pé direito’, que é como dizer que o dia vai decorrer com maior tranquilidade. E por isso também gosto de entrar em campo com o pé direito. É uma mania um pouco tonta, não algo super importante."
Tem alguns ídolos em quem se inspire? "Gostava de ver sobretudo médios espanhóis. Em Espanha, vivemos um período muito bom, sobretudo com Iniesta, Xavi, Isco... São jogadores que sempre admirei muito e que vi durante muito tempo. Com o Isco tive a sorte de, no ano passado, ter jogado contra ele no Estádio Benito Villamarín, contra o Bétis.Ver o jogador ao vivo é que foi incrível. Penso que são os jogadores que mais me inspiraram pela forma de jogar, pelo estilo de jogo que sempre gostei."
E os treinadores que o inspiraram mais? "Tive muitos treinadores e todos eles me ensinaram um pouco em cada um dos seus momentos. Claro que consigo destacar alguns como o Miguel Ángel Angulo, com quem estive muitos anos. A verdade é que é um treinador que me marcou muito e que recordo sempre com um carinho muito especial porque foi, sem dúvida, um dos treinadores que mais me ajudou em todos os momentos e me passou mais confiança para continuar a melhorar o meu jogo. Estivemos juntos muitos anos no clube, em juvenis, depois em juniores e finalmente no futebol profissional através da equipa B. Foi com ele que joguei na UEFA Youth League e na equipa B e, desde o primeiro dia, que mostrou total confiança em mim e no meu jogo. E claro, não posso esquecer o Rubén Baraja, que foi com quem me estreei no plantel principal e me permitiu cumprir o sonho que tive desde que era uma criança a entrar nos escalões de formação do Valencia Club de Fútbol e ainda sem entender o quão importante ia ser aquele clube para mim. Além dele, também posso destacar o Chema Sanz, que era o treinador adjunto dele, com quem também me estreei na equipa B. Não tem o passado de jogador dos outros, mas é muito respeitado no clube e no país e esse respeito foi passado também por parte dos jogadores, que reconhecem o seu trabalho. Estou muito agradecido a todos eles porque foi graças a eles que me tornei no jogador e na pessoa que sou hoje, disso não tenho dúvidas nenhumas. Passamos muitas horas no clube e grande parte do nosso crescimento é feito lá dentro, com os teus amigos mais próximos a serem aqueles com quem partilhas tantas horas de balneário diariamente."
Mensagem de apelo aos adeptos. "Só peço que confiem nesta equipa. Na verdade, sou um jogador novo mas vi o grande grupo que aqui existe e na capacidade que todos têm. Há muita qualidade na equipa e ela irá continuar a aparecer. Estou convencido que vamos continuar a crescer e a subir na tabela classificativa, a desfrutar de cada jogo."