Christopher John Rigg nasceu a 18 de junho de 2007 na cidade de Hebburn, na margem sul do rio Tyne. Parte de uma família que apoia o Newcastle, Rigg juntou-se às escolas do grande rival Sunderland e, apesar de várias tentativas de desvio por parte dos magpies, acabou mesmo por assinar o seu primeiro contrato profissional pelo clube do Championship.

Estreou-se na equipa principal em janeiro de 2023, com apenas 15 anos, tornando-se assim o mais jovem jogador de campo a alinhar pelos Black Cats (batido em apenas 17 dias pelo guarda-redes Derek Forster, que fez o seu primeiro jogo em 1964). 2023/24 foi a sua “breakout season”, durante a qual apontou os seus primeiros golos e somou 21 jogos no segundo escalão inglês, despertando as atenções de vários clubes britânicos e até de alguns gigantes europeus.

Atualmente com 17 anos, Chris Rigg foi titular em 14 dos 15 encontros do Sunderland a contar para a presente edição do Championship e registou três golos e uma assistência. Destaca-se pela sua maturidade, capacidade técnica e pela ferocidade com que discute cada lance, não dando nenhuma bola por perdida. Tem um q.b. de Roy Keane que qualquer treinador ou adepto aprecia num jogador jovem.

A disciplina (ou falta dela) é um dos poucos aspetos que podem precisar de um ajuste no jogo de Rigg. O “ir com muita sede ao pote” típico dos jogadores em início de carreira (decididos a mostrar serviço) deverá ser contido, de forma a evitar uma preocupante acumulação de cartões.

Rigg começou a sua carreira a jogar maioritariamente pela ala direita, num papel que se assemelhava ao de Bernardo Silva, como extremo direito esquerdino. Recentemente, tem ocupado posições mais centrais no terreno, onde funciona muitas vezes como box-to-box. É o próprio que afirma ter capacidade de atacar e defender, bem como vontade de adicionar qualidade em ambos os momentos do jogo.

O estilo de jogo e as características de Rigg despoletam comparações com Pablo Gavi, estrela em ascensão do Barcelona. Ambos possuem uma brilhante capacidade técnica e uma tenacidade notável que permite levar a melhor em duelos onde nem sempre são os favoritos, já que não são jogadores com grande estampa física.

As comparações com Jude Bellingham são também inevitáveis, talvez também por alinhar ao lado do seu irmão Jobe, embora sejam para já também bastante discutíveis. Um paralelismo mais razoável envolve o também internacional inglês Jordan Henderson, um dos melhores jogadores a sair da formação do Sunderland, e que partilha com Rigg a excelente visão de jogo e capacidade de liderança. Muito graças a essa capacidade, Rigg já envergou a braçadeira de capitão por várias ocasiões em representação dos escalões jovens da seleção inglesa.

É já notório algum conflito de interesses na mente dos adeptos do clube do norte de Inglaterra, com a permanência do brilhante jovem médio a opor-se ao possível encaixe de uma quantia avultada pela sua venda.

O Sunderland é o atual líder do Championship, com 31 pontos em 15 jogos. Ainda com enorme margem de progressão, Rigg pode mesmo chegar à Premier League nas circunstâncias que mais favorecem o seu desenvolvimento: inserido numa equipa que irá lutar pela permanência e que lhe dará um papel fundamental e oportunidades suficientes para exibir todo o seu talento.