
Protagonista de campanhas sólidas nas últimas duas edições da Liga Portugal Betclic - o 5º lugar de 2022/23 deu direito ao regresso às provas europeias -, o Arouca voltou a reencontrar-se com os bons resultados do passado recente com o ingresso de Vasco Seabra.
Para trás e longe da memória, parece ficar o arranque tremido patrocinado pela exótica aposta em Gonzalo García.
Recuperação lenta e tranquilidade à vista
A atravessar a melhor fase da temporada, os Lobos são das equipas em processo de crescimento mais evidente, tal como espelha a sequência sem derrotas que perdura desde meados de dezembro, que motivou a análise do zerozero sobre uma das recuperações mais fenomenais deste campeonato.
De resto, um cenário bem diferente do verificado a 3 de novembro, dia em que o técnico natural de Paços de Ferreira se estreou com uma derrota ao leme do emblema do distrito de Aveiro, então na deslocação a casa do SC Braga.
Então em 16º lugar, fruto dos sete pontos conquistados nas nove rondas anteriores - duas vitórias e um empate -, os arouquenses viam a luta pela sobrevivência na I Liga como a mais básica das necessidades.
Algo que não se alterou de forma automática, visto que o arranque sob a nova liderança não trouxe os louros de uma vez. Apenas com um ponto em 12 conquistáveis nos quatro duelos iniciais - quatro derrotas e um empate se com a Taça de Portugal contarmos -, o primeiro triunfo da nova era foi um autêntico balão de oxigénio.
Três pontos que marcaram o aliviar de pressão trazida pelos resultados negativos, assim como a entrega da sempre indesejada lanterna-vermelha ao Farense - estavam decorridas 13 jornadas. Mas, mais do que isso, significou uma espécie de premunição dos bons ventos que estavam na calha.
Apesar desse bom sinal, seguiu-se novo desaire na deslocação ao reduto do Casa Pia, antes da auspiciosa sequência pautada pela invencibilidade nos últimos sete jogos. Contas feitas, o empate em Barcelos na jornada seguinte marcou o início de um verdadeiro mealheiro de 13 pontos acumulados nos sete jogos efetuados até à igualdade registada em Alvalade, frente ao Sporting, no passado fim de semana.
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Pelo meio, as três vitórias - Boavista, Moreirense e Nacional - catapultaram a equipa para o desafogo do 13º lugar, enquanto os dois últimos pontos angariados possibilitaram a subida de mais um posto para o qual a quebra do Gil Vicente também contribuiu.
Atualmente com cinco pontos de vantagem em relação ao lugar de playoff de manutenção e nove para o primeiro lugar de descida, vários registos de realce reforçam o trabalho efetuado desde o início de novembro.
A cadência ofensiva e a atração pelo encaixe
Se 17 dos 24 pontos foram conquistados debaixo da alçada de Vasco Seabra, esta marca só foi possível pela apetência assídua para faturar de homens como Jason Remeseiro, Henrique Araújo ou Güven Yalçin: em 14 jogos, em apenas dois a equipa ficou em branco - Famalicão e Benfica.
Do lado oposto, perto da baliza à guarda por Nico Mantl, a permeabilidade está quase sempre presente, sem que tal afete, até ao momento e em grande medida, a retoma arouquense.
Ainda assim, os números apresentam margem para a melhoria, já que só em três das partidas sob a orientação de Seabra, o antigo guardião do Red Bull Salzburg e Viborg conseguiu manter as respetivas redes a zeros.